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Frigoríficos, máquinas de lavar. Maioria dos equipamentos usados vai para o mercado paralelo

14 out, 2021 - 14:28 • Carla Fino , Marta Grosso

O melhor sítio para entregar os eletrodomésticos usados é na loja onde compra os de substituição. Mas nem sempre é possível. Ainda assim, Pedro Nazareth, diretor-geral do Electrão, está otimista.

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A grande maioria (75%) dos equipamentos elétricos usados vão parar ao mercado paralelo, conclui o projeto WEE-Follow, promovido pelo Electrão, entidade de reciclagem de resíduos.

A empresa monitorizou, ao longo de um ano, através de GPS instalado nos equipamentos, o percurso dos eletrodomésticos usados colocados para recolha municipal.

“Os números, o que nos mostram, é que três em cada quatro aparelhos que são colocados no canal municipal em particular – não é um problema exclusivo do canal municipal, o Eletrão é que estudou mais o canal municipal – são desviados para este mercado paralelo”, conta o diretor-geral, Pedro Nazareth, à Renascença.

Na opinião deste responsável, o mercado paralelo só prejudica a proteção ambiental e não a salvaguarda. “É uma atuação ilegal de um conjunto de agentes económicos à margem da lei”, diz.

Mas porque é considerado paralelo? “São paralelos no tipo de recolha e processamento que dão a estes aparelhos, porque não salvaguardam a proteção ambiental; são paralelos, porque não há cadastro, há uma informalidade associada a este mercado”, explica Pedro Nazareth.

“Os aparelhos são processados, mas são processados muito substandard e sem respeito pelos valores ambientais”, acrescenta.

Para pôr termo a esta situação, é importante a ação do consumidor, a par das instituições.

“O consumidor tem de continuar a fazer o seu trabalho de se deslocar ao ecoponto, separar as suas embalagens, ao Ponto Eletrão para colocar os seus elétricos usados ou pilhas usadas, entregando preferencialmente nos canais que estão à sua disposição – em particular, quando compram um equipamento novo de substituição, entregue diretamente na loja, de longe o sítio mais conveniente e preferencial para que o cidadão entregue o seu equipamento elétrico usado”, afirma.

“Quando há equipamentos volumosos, o cidadão deve acionar os mecanismos de recolha de monstros, sabendo de antemão que há problemas com estes serviços de recolha, mas é a sua melhor ação enquanto cidadão”, diz também.

O diretor-geral do Electrão considera que, com a intervenção de todos, será possível chegar a bom porto.

“Estamos convencidos de que havemos de conseguir, todos em conjunto, melhorar estes sistemas de recolha, garantindo a sua correta reciclagem”, afirma à Renascença.

Para assinalar o Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, o Electrão montou uma instalação de mais de duas centenas de eletrodomésticos usados no jardim da Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, para assim alertar para a importância da separação correta dos equipamentos para reciclagem.

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