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Catroga fala em “tranquilidade absoluta” e diz que o beneficiário foi o Estado

06 jun, 2017 - 10:58

Antigo ministro das Finanças afirma que a EDP "sempre se pautou por princípios éticos e de cumprimento da lei".

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O presidente do conselho geral e de supervisão da EDP afirmou que se alguém beneficiou com as alterações na revisão dos CMEC e prolongamento da concessão das barragens à eléctrica "foi o Estado accionista".

"Se alguém beneficiou foi o Estado accionista", que na altura tinha uma posição maioritária na empresa, afirmou esta terça-feira Eduardo Catroga, em conferência de imprensa, referindo as alterações ao regime contratual com a EDP, introduzidas em 2004 e em 2007.

O antigo ministro das Finanças, sentado ao lado de António Mexia, afirmou que os accionistas da EDP - nomeadamente a China Three Gorges - manifestaram "a sua solidariedade com a gestão da EDP", na sequência do processo de investigação do Ministério Público.

"A EDP sempre se pautou por princípios éticos e de cumprimento da lei", acrescentou.

"A tranquilidade aqui é absoluta", afirmou o presidente da EDP, rejeitando de forma peremptória, em resposta aos jornalistas, a possibilidade de se demitir do cargo que assume desde 2006.

O gestor, um dos quatro arguidos no processo de investigação de corrupção e participação económica em negócio, lembrou que "as pessoas passam e as instituições ficam" e, por isso, "o que importa é clarificar e tirar as dúvidas, porque não se pode nunca por em causa o bom nome da companhia".

Em conferência de imprensa, em que também está presente o presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, outro dos arguidos no inquérito, Mexia realçou que a actualização dos parâmetros de mercado, em 2007, reduziu em 75% o valor dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) inicial e aumentou em 56% o valor entregue pela EDP ao Estado pelo domínio público hídrico.

"Não houve nenhum benefício em nenhuma das fases aqui referidas", sublinhou, considerando que "a EDP não pode aceitar com ligeireza que se ponha em causa o bom nome das pessoas e, sobretudo, o desempenho da companhia ao longo de décadas".

As garantias foram dadas esta terça-feira de manhã, numa conferência de imprensa marcada para explicar o processo de investigação a rendas no sector energético, que levou a “uma visita de um Procurador da República do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), acompanhado de vários Inspectores da Polícia Judiciária" à empresa, na sexta-feira.

António Mexia foi constituído arguido no processo, bem como João Manso Neto, presidente da EDP Renováveis, além do administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro Manuel Pinho, João Faria Conceição, e Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas.

São suspeitos de “crimes de corrupção activa, corrupção passiva e participação económica em negócio”.

Comentários
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  • Acreditam?
    08 jun, 2017 lx 10:31
    No Catroga? Será que já tirou fotos no telemovel?...ou tudo isto não passa de "pintelhos" e vamos continuar a pagar a sua zona de conforto?
  • Sara Silva
    07 jun, 2017 Montemor 15:01
    Pois é! Explique lá a demissão de Santos Pereira.A atitude de Portas. Encostou Passos à parede.Obrigado a dar a pasta da economia ao "querido" Pires que queria ser ministro.E a EDP de Mexia ficou feliz.Amigos são para as ocasiões.Sintese: PGR vá até aos limites e vai ter que desenrolar muito fio.A bem desta Pátria limpem tudo que anda a dar cabo de tudo, em proveito de umas dúzias que estão em vários lugares, mas a roda é a mesma.Parecem aquelas noras de tirar água, onde passa tira e põem noutro lado."Mafias" perfeitas.
  • F.S.
    07 jun, 2017 Lisboa 14:23
    Mexia e Catroga de um lado e Álvaro Santos Pereira do outro. Isto demonstra que os lobbies estão enraizados na partidocracia que capturou a democracia. Os cidadãos pagam serviços de que não usufruem e essas empresas capturaram o Estado e o seu dinheiro com os seus interesses. O povo é que é o sacrificado. Como sempre. Não temos, ainda, uma democracia madura.
  • xico
    06 jun, 2017 ranholas 22:25
    Todos "bons rapazes"!.......só mesmo neste país!.....onde é que já ouvi isto?
  • João Rodrigues
    06 jun, 2017 Lisboa 19:14
    Quem ganhou foi o catroga que foi lá colocado pelo PSD/CDS após as negociações com a troika, nas quais foi parte integrante, e como tal foi beneficiado com um cargo, de nada fazer, a ganhar uma pipa de massa. Calem esse velho de uma vez para sempre....
  • António
    06 jun, 2017 Leiria 18:52
    Se diz que o Estado é que foi beneficiado é porque foi. Quem não acredita no Dr. Catroga?!!!!!!!!!!
  • tugatento
    06 jun, 2017 Amarante 13:54
    Esta múmia, anda ali a mamar a grande e a francesa, devia era estar calada. Mais um inútil e parasita politico mantido com os nossos impostos.
  • JC
    06 jun, 2017 charneca da caparica 12:13
    A receber 45.000€ por mês numa empresa que negociou com o estado também eu ficava tranquilo, Mais uma vez estes senhores nada sabem, nada fizeram e sempre se pautaram por princípios éticos e de cumprimento da lei só que grande parte deles estão a contas com a justiça. A culpa deve ser dos reformados e trabalhadores. Enfim, abençoado país que tem políticos deste gabarito.
  • Luis
    06 jun, 2017 Lisboa 11:53
    Ora, aqui está outra ave que por arrasto também não seria mau de todo fazer uma boa investigação. Também deve ter cá uma folha de serviços.

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