02 fev, 2017 - 10:10
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A CGTP não assinou nem vai assinar o acordo de concertação social que prevê o aumento do salário mínimo para 557 euros (brutos) e medidas compensatórias para as empresas. A garantia é dada à Renascença pelo secretário-geral da CGTP.
“O acordo é desequilibrado. Não assinámos nem assinaremos. A adenda faz parte integrante do acordo, porque vai substituir uma medida que é a taxa social única pelo PEC” (pagamento especial por conta), diz Arménio Carlos.
Na sexta-feira, “depois de tomarmos conhecimento do documento” final sobre o PEC, a CGTP tomará uma posição oficial, “mas se é uma adenda, não vamos assinar uma adenda de um acordo que não assinámos. É tão simples como isto”, frisa o líder da central sindical.
Na entrevista à Renascença e jornal “Público”, Carlos Silva, secretário-geral da UGT, põe em causa um novo aumento do salário mínimo nacional em 2018 – uma declaração que Arménio Carlos considera “triste” e que poderia ter sido feita pelos representantes dos patrões.
Mas também “não é nova, porque já este ano a UGT até admitia assinar um acordo com um valor inferior a 557 euros”, destaca o líder da CGTP, sublinhando: “Para nós é claro: para o próximo ano, vai ter de haver aumento do salário mínimo nacional, isso é inevitável, e nos anos seguintes”.
Quanto à precariedade do trabalho, a UGT considera utópico pensar que vai acabar, mas diz ser “importante pôr um travão”, defendendo “um conjunto de medidas que penalizem as empresas que continuem a apostar na precariedade”.
E no que toca passar os trabalhadores precários para os quadros, é preciso primeiro ver quanto custa, avisa Carlos Silva, considerando preferível a precariedade ao desemprego.
Confrontado com estas afirmações, Arménio Carlos reage: “A ‘troika’ não diria mais”.
“Temos uma atitude, no mínimo, irresponsável em relação àquilo que se passa” e “é mais preocupante, no momento em que o Governo assumiu a apresentação do relatório para tentar resolver este problema, que apareça o representante de uma organização sindical a pôr em causa de estes trabalhadores passarem ao quadro”.
“Sinceramente, nós não percebemos”, confessa o secretário-geral da CGTP no programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, sublinhando que quando se fala “nos trabalhadores da Administração Pública, não é só no direito que têm a melhorar as sua condições de vida e de trabalho, é que eles também têm um papel fundamental para melhorar o serviço público que é prestado à população e que a população anseia e necessita”.