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Favorecimento ao Santander na compra do Banif? "Não aconteceu"

19 abr, 2016 - 15:55

PSD lançou acusações, o Governo responde: "Não houve nenhuma tentativa de privilégio por parte deste Governo de qualquer proposta que tivesse chegado pelo Banif."

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O Governo nunca tentou privilegiar o Santander face aos outros interessados na compra do Banif, garantiu esta terça-feira, no Parlamento, o ministro das Finanças, Mário Centeno, refutando as acusações lançadas pelo PSD sobre esta matéria.

"Reitero que isto não aconteceu. Não houve nenhuma diligência do Governo para que isto acontecesse. Não houve nenhuma tentativa de privilégio por parte deste Governo de qualquer proposta que tivesse chegado pelo Banif", afirmou Centeno durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

"Eu nunca interferi em relação a nenhuma situação dos potenciais compradores do Banif. A preocupação do Governo ao longo das três semanas foi como gerir o processo de resolução", vincou.

Confrontado pelo deputado Luís Marques Guedes, do PSD, com o conteúdo de um email em que a líder do Mecanismo Único de Supervisão (MUS), Danièle Nouy, assume ter dado resposta a um pedido de Centeno para desbloquear a venda do Banif ao Santander, Centeno explicou que, na altura em que teve esse contacto com a responsável, a proposta do grupo espanhol em questão era a única que estava em cima da mesa.

"À hora em que o telefonema ocorre apenas tinha sido recebida a proposta do Banco Santander Totta, e as outras foram recebidas depois", salientou o ministro, especificando que depois do contacto com a líder do MUS chegaram as outras três propostas, pela seguinte ordem: JC Flowers, Banco Popular e Apollo.

Paralelamente, Marques Guedes voltou a confrontar o ministro das Finanças com a compra de quase 1,8 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa pelo Santander Totta, questionando se a mesma estava ligada à venda do Banif ao banco de capitais espanhóis e o porquê de se ter tratado de uma colocação privada de títulos.

"As colocações privadas são feitas com regularidade pelos Estados. Havia necessidade de repor o ‘cash buffer' [almofada de capital] que tinha sido afectado [pela intervenção pública no Banif, em Dezembro de 2015]. Foi necessário repor esses níveis", afirmou Centeno.

"Houve uma colocação de dívida, feita ao nível das taxas de mercado. Não foi uma contrapartida" dada pelo Santander pelo facto de ter adquirido o Banif, assegurou.

"Não estou preocupado com a gestão de liquidez do Santander. Mas em repor o 'cash buffer' que tinha sido afectado em Dezembro", realçou Centeno, vincando que o objectivo do executivo na resolução do caso Banif foi "minorar o custo da operação e assegurar a estabilidade do sistema financeiro, com o menor impacto possível".

"Era preciso resolver a situação limite a que o Banif chegou. A grande preocupação do Governo foi encontrar essa solução", reforçou.

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