“Com música a sociedade fica mais rica em todos os aspetos”, diz o maestro Pedro Neves, que prepara a Orquestra Metropolitana para os seus concertos de Natal. Nesta quadra, a orquestra vai fazer uma pequena digressão que passa por Évora, Setúbal, Loures e Lisboa.

Os concertos, previstos de 16 a 20 de dezembro, têm como título “Os Passos de Um Gigante”. Em entrevista ao programa Ensaio Geral da Renascença, o maestro Pedro Neves explica que a ideia de gigante aplica-se a uma dos compositores que irão interpretar.

“A ideia de um gigante refere-se a dois compositores, em especial a Beethoven. Foi um compositor fundamental da História da música, e tem uma importância enorme porque consegue, através do seu percurso e do seu trabalho, fazer evoluir o processo de composição musical no seio da orquestra”.

A Orquestra Metropolitana vai tocar a “Abertura da peça teatral Egmont, Op. 84” de Ludwig van Beethoven, mas juntou a esta obra outro “gigante”. Segundo o maestro, Beethoven “acaba por ser um gigante, porque acaba por dar a mão a outro gigante que é o Brahms”.

De Johannes Brahms irão tocar a Sinfonia N.º 1, em Dó Menor, Op. 68 (1876). “As pessoas costumam dizer que o Brahms é a continuação do Beethoven, e que a Sinfonia N.º1 - que é a peça que vamos tocar - é como se fosse a décima sinfonia de Beethoven”, indica o maestro.


Segundo Pedro Neves, “Beethoven escreveu nove sinfonias e começou a escrever alguns esboços de uma décima que não conseguiu completar. Normalmente os musicólogos atribuem esta primeira sinfonia de Brahms como a continuação de todo o processo de composição de todo este caminho percorrido pelo Beethoven”, acrescente o maestro.

Os dois gigantes e a sua música estarão juntos neste conjunto de concertos da Metropolitana que vai passar, dia 16 de dezembro, às 21h00, pela Igreja do Convento de São Francisco de Évora; dia 17 de dezembro, às 21h00, pelo Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal; dia 18 de dezembro, às 18h00, pelo Pavilhão Paz e Amizade, em Loures e terminará no dia 20 de dezembro, às 20h00, pelo Teatro São Luiz em Lisboa.

A fechar estes espetáculos, a Metropolitana vai oferecer um postal de Natal ao seu público. Vão interpretar temas natalícios como “Joy to the World Medley”, com arranjo de Todd Hayen; “Holy Night” com arranjo de Ron Goldstein e “We Wish You a Merry Christmas”, num arranjo de Chris Ridenhour.

É a nossa maneira de desejar as boas festas ao nosso auditório e contribuir para que esta quadra seja celebrada com música, porque com música acho que a sociedade fica mais rica em todos os aspetos”, afirma o maestro nesta entrevista à Renascença.

Para Pedro Neves, “a música é um elemento essencial para a vida espiritual”. Segundo o maestro, a música “pode fazer a diferença na vida em sociedade”. Pedro Neves deixa contudo, o desejo do público ouvir música clássica não só nos momentos festivos, mas também em outras épocas do ano.