Veja também:


O Japão é o país com a esperança média de vida mais elevada do mundo e Okinawa destaca-se claramente neste campeonato da longevidade. É neste arquipélago do sul do Japão que fica Ogimi, a aldeia com maior índice de longevidade do planeta.

Os espanhóis Héctor García e Francesc Miralles foram até Ogimi para tentar conhecer melhor as causas deste fenómeno. Da viagem e da investigação nasceu um livro, “Ikigai - Viva Bem Até aos Cem”, editado em Portugal pela Albatroz.

Entre os factores da longevidade dos habitantes de Okinawa, está, dizem García e Miralles, a alimentação. Não é uma novidade: cientistas de todo mundo analisam há muitos anos a dieta de Okinawa.

Em “Ikigai - Viva Bem Até aos Cem”, os autores recuperam algumas das conclusões dessas investigações, cruzando com as suas próprias observações em terras japonesas.

1. Menos é mais

Os habitantes de Okinawa ingerem 1.785 calorias por dia, em média, quando no resto do Japão a média é de 2.068 (dados de 2011). É a chamada lei dos 80%: o truque é parar de comer “quando sentirmos que estamos cheios, mas que ainda comíamos mais qualquer coisa”. Os autores fazem duas sugestões para cumprir este princípio: não comer sobremesa ou diminuir ligeiramente a porção que costuma comer.

2. Diferente é mais

A dieta de Okinawa consiste numa “grande variedade de alimentos”. Os centenários de Okinawa consomem regularmente 206 alimentos diferentes, incluindo especiarias, e, diariamente, ingerem uma média de 18 alimentos, “o que contrasta com a pobreza" da cultura ocidental de comida rápida.

3. Legumes e frutas

Sete tipos de legumes e frutas são ingeridos por dia pelos habitantes de Okinawa. “A hortaliça, as batatas, os legumes e os derivados da soja, como o tofu, são os alimentos mais comuns na dieta de Okinawa. Mais de 30% das calorias diárias provêm dos legumes.”

4. O elogio do arroz

Os cereais são a base da dieta de Okinawa, sobretudo arroz branco, complementado por massa (soba ou udon).

5. Proibido o açúcar. Ou quase

Ou quase. Os habitantes de Okinawa só consomem açúcar de forma indirecta e, quando o fazem, é de cana. Os doces e os chocolates quase não estão presentes nos hábitos alimentares – os habitantes desta província japonesa consomem um terço do açúcar que se ingere no resto do Japão

6. Sete gramas de sal

É a média diária de consumo de sal em Okinawa – metade do resto do Japão.

7. Antioxidantes naturais

São 15 os antioxidantes (moléculas que inibem a oxidação de outras moléculas, retardando assim o envelhecimento) naturais que caracterizam a dieta de Okinawa. Aponte: tofu, miso, atum-bonito, cenoura, goya (um legume verde amargo), as algas konbu e nori, couve, cebola, rebentos de soja, hechima (um tipo de pepino), grãos de soja (cozidos ou crus), batata-doce, pimentos e chá sanpincha (uma mistura de chá verde e flores de jasmim).