A abvogada Rita Garcia Pereira considera que "seria prematuro" os jogadores do Sporting avançarem para a rescisão unilateral, alegando justa causa. Por um lado, os atletas ainda não receberam qualquer nota de culpa e, por outro, não lhes foi impossibilitado, pelo clube, de exercerem as suas funções.

"O ideal seria os jogadores esperarem pela alegada nota de culpa para verem do que são acusados. Aliás, o ideal era não haver, sequer, nota de culpa, porque seja lá o que for deve ser tão absurdo como foi com o Marco Silva. De todo o modo, parece-me que resolver os contratos com justa causa, neste momento, seria prematuro", observa a advogada, em entrevista à Renascença.

Rita Garcia Pereira admite que os comunicados e comunicações de Bruno de Carvalho com os jogadores "configuram violação dos deveres da empregadora". Sublinha, no entanto, que "a suspensão é um poder da empregadora". "O Sporting tem o poder de suspender preventivamente os trabalhadores, o que parece que nem sequer fez", acrescenta.

Após a turbulência gerada pelo presidente, no final do jogo com o Atlético, em Madrid, e a ameaça de suspensão, os atletas não foram impedidos de treinar e de jogar. "Para haver resolução por justa causa os trabalhadores têm de demonstrar que existe impossibilidade de manutenção da relação de trabalho e penso que, apesar de tudo, essa impossibilidade não está completamente verificada. Desde logo, porque Bruno de Carvalho está cada mais isolado, mas também porque outros órgãos demonstraram a sua solidariedade e os jogadores estiveram, efetivamente, no jogo", argumenta Rita Garcia Pereira.

O jornal "A Bola" avançou que alguns jogadores - Mathieu, Coates, Battaglia e Dost - terão avaliado, junto dos seus representantes, a possibilidade de rescindirem unilateralmente com o Sporting.