O Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), que celebra 50 anos, divulgou esta quinta-feira uma mensagem reconhecendo a riqueza que, nestas décadas, tem resultado “do conhecimento recíproco, da troca de experiências, com vista a um novo anúncio de Cristo, da pastoral e do seu futuro”.

Na sequência dos desafios colocados pelo Concílio Vaticano II e da necessidade de aprofundar o sentido de colegialidade entre os episcopados, o CCEE “nasce com a bênção do Papa Paulo VI e sob o olhar da Mãe de Cristo e da Igreja, mais tarde venerada como Rainha da Europa”, lê-se nesta Mensagem assinada pelo presidente desta instituição, o cardeal Angelo Bagnasco.

Trata-se hoje “de uma presença discreta, mas eficaz, face à persistente descristianização da Europa, à qual se junta a perniciosa pandemia que atinge as pessoas na saúde, na família, na economia, no trabalho, nas relações sociais e até na vida religiosa”, escreve o cardeal Bagnasco.

Preocupados com “o avanço de uma cultura individualista que nos empurra para um retrocesso para os micromundos, com repercussões nos povos, estados e continentes”, os membros da CCEE também consideram urgente "pensar nos movimentos migratórios, perante um certo ceticismo em relação ao esforço de caminhar juntos.”

A mensagem acrescenta ainda que, “apesar do deserto espiritual que parece definir o Continente europeu, mais em profundidade, existem sementes que comovem e infundem confiança e entusiasmo no anúncio do Evangelho”.

Os presidentes dos episcopados de toda a Europa garantem que “debaixo da superfície vive uma multidão de pessoas, de todas as idades, que buscam o sentido da existência e sentem nostalgia de Deus. E que mesmo a emergência da pandemia leva à redescoberta da caducidade do ser humano, à fugacidade do tempo e agudiza a nostalgia de um ‘além’ que é Deus e que Jesus revelou”.

A CCEE, compõe-se de 39 membros que representam a presença da Igreja católica em 45 países do continente europeu.