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A Universidade Católica Portuguesa (UCP) promoveu esta segunda-feira uma conferência online sobre sete objetivos de ecologia integral propostos pelo Vaticano, apresentando a ‘Plataforma Católica – Laudato si’ que vai divulgar e avaliar projetos da comunidade académica e boas práticas globais.

Até maio de 2021, a Igreja Católica vive um Ano ‘Laudato si’, por iniciativa do Papa Francisco, visando um compromisso público comum com a sustentabilidade total a ser alcançada em sete anos”, a partir da encíclica ecológica e social assinada pelo pontífice em 2015.

A nova plataforma foi apresentada por Ricardo Reis, diretor do Centro de Sondagens da UCP, enquadrando os sete Objetivos ‘Laudato si’ – uma visão que faz sentido “no alinhamento de valores” com a instituição académica – e os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas.

O responsável destacou a preocupação em “saber onde estão as pessoas” e encontrar “mediadores sociais”, procurando trabalhar em conjunto com o Vaticano e outras instituições para determinar “caminhos e situações”.

A conferência contou com uma intervenção inicial de Tebaldo Vinciguerra, do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), que destacou a necessidade de “interdisciplinaridade” para ler a ‘Laudato Si’ e “fazer alguma coisa” para a implementar.

“Não há ecologia sem uma antropologia adequada”, apontou.

O responsável da Santa Sé destacou que é precisa “sonhar” e trabalhar por alternativas fiáveis e exequíveis para chegar a esse sonho.

Tebaldo Vinciguerra sustentou que a ecologia integral deve marcar “os estudos, as carreiras” nas instituições académicas.

Em maio de 2020, foram lançados os sete ‘Laudato si' Goals, objetivos que pretendem levar a um novo entendimento do desenvolvimento, no respeito pela vida e o ambiente.

Joana Silva, da Católica ‘Lisbon School of Business and Economics’, defendeu uma Economia com “valor económico e impacto social”, capaz de melhorar a perceção da “magnitude” do problema da pobreza e as suas causas, avaliando o impacto dos programas que visam ajudar os mais pobres.

Filipa Pires de Almeida, da mesma instituição, assinalou a importância da formação na área dos “negócios responsáveis e liderança”, até porque "a concentração apenas no lucro não gera riqueza a longo prazo", destacou.

António Cortês, da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito, referiu na sua intervenção que é necessário “mudar totalmente o paradigma de compreensão do Direito”, tornando-o “mais ecológico”, vendo o ser humano “mais vocacionado para o cuidado do mundo” e dos outros, especialmente os mais desfavorecidos.

“É preciso um Direito forte porque estamos perante uma crise grave”, acrescentou.