"É uma notícia feliz e justa, em primeiro lugar em relação ao projeto Católica." É assim que D. Manuel Clemente reage à notícia de que a Universidade Católica será a primeira instituição privada de Ensino Superior a ter um curso de Medicina.

"Desde o princípio, desde há 50 anos, tenho acompanhado a Universidade [Católica] como aluno, como professor e até agora como chanceler, e este desiderato esteve sempre presente", declarou o Cardeal Patriarca de Lisboa esta quinta-feira, um dia depois de a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior ter aprovado o curso.

"É uma boa notícia para a própria identidade da Universidade e depois para o serviço do país, que só ganha com isso, sendo ainda por cima um curso tão credenciado por tudo aquilo que está projetado, pelos seus agentes", destacou D. Manuel Clemente, à margem da apresentação do livro "Aprender a Ser Cigano Hoje", na Feira do Livro de Lisboa.

Destacando que "uma universidade sem ciências médicas é uma universidade truncada" e "de certa maneira uma contradição com o seu próprio nome, dado que "a universidade é a universalidade dos saberes", o Cardeal Patriarca diz que "vamos todos ganhar" com a existência deste novo curso de Medicina.

"Todos vamos ganhar com isso, cabemos cá todos com vontade."

Para a próxima quarta-feira, 9 de setembro, está marcada uma reunião entre o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, e a Reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Isabel Capeloa Gil, para preparar "processo de instalação em Sintra da nova Faculdade de Medicina".

A aprovação do novo curso de Medicina, o primeiro numa universidade privada em Portugal, foi recebida com críticas pelo Conselho de Escolas Médicas e pela Ordem dos Médicos. A ministra da Saúde defende, por sua vez, que este novo curso da Católica vai representar "uma oportunidade para estudantes ficarem no país".