A Diocese de Setúbal pediu ao Ministério Público que seja averiguado um caso de alegado abuso sexual numa creche da Igreja no concelho de Almada. Em comunicado, garante que tomou todas as medias necessárias à proteção das crianças daquela insitutição e está a colaborar com as autoridades. O alegado crime foi noticiado, esta segunda-feira, pelo Observador.

A mãe de um rapaz de cinco anos apresentou queixa à PSP em janeiro, mas o caso passaria em seguida para a alçada da Polícia Judiciária de Setúbal, que posteriormente o remeteu para o Ministério Público.

A Diocese de Setúbal esclarece que “tem conhecimento que está a ser investigada a denúncia de uma alegada situação de abuso de menores” nas instalações de um Centro Paroquial no concelho de Almada, lembrando que a instituição em causa “adotou todas as medidas necessárias para a proteção das crianças e utentes, colaborando com as autoridades judiciais na investigação em curso e disponibilizando todos os elementos solicitados”.

Ainda segundo a notícia do jornal, o bispo de Setúbal, D. José Ornelas, entregou recentemente ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Almada informação sobre o caso. "A Diocese solicitou ao Ministério Público de Almada a averiguação do caso e disponibilizou a sua total colaboração”, lê-se no comunicado.

A mãe da criança contactou, em março, por telefone, a diocese de Setúbal, solicitando o afastamento do padre responsável pelo centro paroquial em causa até se concluir a investigação. Então, o vigário geral da diocese de Setúbal, padre José Lobato, pediu-lhe que se deslocasse a Setúbal para que lhe relatasse o que sabia, o encontro foi depois agendado, mas a mãe acabaria por não comparecer – nem voltou a contactar a Igreja.

“Desde que tomou conhecimento desta situação, a Diocese de Setúbal manifestou completa disponibilidade para receber a mãe da criança, embora esta nunca tenha comunicado a alegada situação à Diocese”, lê-se na mesmo texto.

Por fim, a instituição reafirma a sua “orientação de total intransigência” perante qualquer situação de abuso de menores, estando disponível para “apurar a verdade, em colaboração com as autoridades competentes, respeitando as pessoas envolvidas, e aguardando o desenvolvimento da averiguação em curso”.

De acordo com o jornal, a mãe levou a criança ao hospital a 17 de janeiro e apresentou queixa um dia depois. Acredita que o filho possa ter sido abusado uma outra vez, em dezembro, quando também chegou a casa com uma outra “lesão estranha”. Mais de dois meses e meio depois da queixa, continua sem ser chamada por qualquer autoridade.

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