As Forças Armadas dos Estados Unidos da América decidiram permitir o uso de barbas por parte dos seus efectivos em caso de motivação religiosa.

A decisão está a ser acolhida como uma vitória por parte da comunidade Sikh da América, uma vez que o caso foi espoletado precisamente por um oficial veterano dessa religião.

O capitão Simratpal Singh é um veterano da guerra do Afeganistão, onde lhe foi atribuída uma estrela de bronze. Aquando do seu ingresso na Academia Militar de West Point, em 2006, Singh aceitou cortar o cabelo e a barba e a desfazer-se do turbante. Depois de voltar do Afeganistão, porém, decidiu lutar pelo seu direito a cumprir as obrigações religiosas.

“A minha fé, como a de tantos soldados com quem trabalho, é uma parte integral de mim. Estou agradecido por já não ter de escolher entre a minha religião e o serviço à nossa nação”, afirmou o oficial.

Por regra, os militares americanos são obrigados a estar sempre de barba feita, mas já existiam algumas excepções para pessoas que tinham de usar barba por razões médicas, como, por exemplo, para disfarçar uma irritação de pele ou não piorá-la com o acto de barbear.

Mas os religiosos que sentissem que a sua fé os obrigava a usar barba estavam numa situação difícil, tendo de escolher entre servir nas Forças Armadas ou violar os mandamentos religiosos.

Há algumas religiões que obrigam os seus fiéis a usar barbas. É o caso dos Sikh, mas também de judeus ortodoxos e algumas correntes muçulmanas. Algumas comunidades cristãs, como os amish, também usam barba, mas como os devotos rejeitam o serviço militar a questão não se punha. Já os sikh têm uma longa tradição de serviço nas forças armadas dos diferentes países em que vivem, nomeadamente na Índia, de onde a comunidade origina.

A decisão das Forças Armadas diz ainda respeito ao uso de turbante, outra obrigação para os sikh, que estão impedidos por decreto religioso de cortar o cabelo.

Os casos envolvendo barbas, cabelo e obrigações religiosas são frequentes nos Estados Unidos, envolvendo corporações de bombeiros e forças policiais, mas sobretudo prisões.