O bispo de Dallas, capital do Texas, acusou esta semana o Congresso americano de estar ao serviço da indústria das armas e criticou a “mentalidade de cowboy” que leva sectores da direita americana a recusarem qualquer restrição ao porte ou aquisição de armas de fogo.

Num artigo publicado no seu site, na passada terça-feira, o bispo Kevin Farrell elogiou publicamente as medidas recentemente anunciadas por Barack Obama no sentido de impor alguns controlos adicionais a vendedores de armas, bem como alargar as obrigações de pesquisas do historial de compradores.

“Graças a Deus que alguém teve finalmente a coragem de fechar as brechas nas nossas miseráveis leis de controlo de armas para reduzir o número de assassinatos em massa, suicídios e matanças que se tornaram uma praga no nosso país”, escreve o bispo.

“As leis do Presidente Barack Obama, embora modestas, são um primeiro passo para corrigir leis de armas tão fracas que são ridículas.”

As leis, bem como qualquer tentativa política de restringir o acesso a armas de fogo, têm sido fortemente combatidas pelo partido republicano, que tem a maioria no congresso. Farrell não poupa críticas a esta instituição, que acusa de se ter vendido.

“O Congresso vendeu-se desavergonhadamente ao lóbi das armas”, diz, dando como exemplo as tentativas de impedir legislação que proibiria os suspeitos de terrorismo que estão na lista de proibição de voar de poder comprar armas.

Farrell foi mais longe, acusando os defensores de uma lei recentemente aprovada no Texas que permite o uso universal de armas à vista, incluindo em locais de culto, salvo proibição expressa em contrário, de terem uma “mentalidade de cowboy”.

Os bispos do Texas condenaram a lei, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro, e já disseram que o porte de armas de forma visível não será permitido nas igrejas católicas.