Por esta altura há uma série de pessoas, das mais variadas idades e proveniências, que aguardam um e-mail a informar que o site está finalmente no ar. O portal do DatesCatolicos.org já permite colocar o seu endereço electrónico para poder ser dos primeiros a receber a informação, quando o serviço for lançado no dia 22 de Outubro.

O conceito de um site de encontros especificamente para católicos só agora surge em Portugal, mas no estrangeiro já tem uma década, e muitas histórias de sucesso, como explica Marta Pimenta de Brito, que juntamente com o seu marido António estão por detrás desta iniciativa, que já conta com o apoio expresso de algumas figuras da Igreja, incluindo D. Nuno Brás.

“Esta plataforma nasceu há dez anos, em alemão. Não só em países como a Alemanha, Suíça e Áustria mas também noutros como a Eslovénia e a República Checa. Nós somos o décimo país a entrar e ficamos responsáveis por todos os países de expressão portuguesa e todos os portugueses espalhados pelo mundo”, explica.

António também se mostra entusiasmado e confiante quanto ao sucesso do site, apesar de reconhecer que é um desafio uma vez que os portugueses não têm tradicionalmente a cultura dos dates, ou encontros. “É verdade que é um termo mais anglo-saxónico, até porque eles assumem muito mais esta questão do encontro. Quando se encontram é para ver se dá ou não dá. Nós aqui ‘engonhamos’ um bocadinho, andamos a organizar cafés, depois é ou não é.”

“Mas o online ajuda-nos a fazer a triagem de certas coisas. Temos um questionário, que não é obrigatório, em que a pessoa pode falar um bocadinho sobre si: O que é que eu faria numa situação com um mendigo na rua? O que é que faço num sábado à tarde? Pequenas coisas da personalidade. Por outro lado, em relação aos valores, que Papas aprecio mais ou com os quais me identifico mais? Que santos? O que é que faria numa determinada situação? Triamos todas estas características e fazemos uma combinação. À partida, a pessoa fica a conhecer o perfil da outra.”

O site recomenda pessoas consoante as características do utilizador, mas cada um é ainda livre de fazer as suas próprias buscas. “Pode fazer a pesquisa em que coloca determinados parâmetros, por exemplo a zona geográfico. Por exemplo, se é de Lisboa e prefere procurar pessoas na zona da Grande Lisboa, pode fazer esse tipo de pesquisa. A questão da combinação é no sentido de facilitar e é uma proposta, mas a própria pessoa pode ir pesquisar perfil a perfil”, explica Marta.

Na Alemanha, o país onde tudo começou, a plataforma tem uma média de cerca de 5000 utilizadores e em 10 anos já esteve na origem de 400 casamentos. Será que em Portugal existem pessoas suficientes para um sistema destes funcionar? António Pimenta de Brito acredita que sim. “Portugal é um país católico. Os números da Universidade Católica dizem que 80% do país é católico, mas 20% vão à missa. Podemos dizer que os convictos são esses, mas muitas outras podem não ir ao culto mas continuam a identificar-se com a Igreja e com os seus princípios.”

“Portanto esta iniciativa vem na melhor altura, não só no sínodo da família, como há muitas pessoas que sendo um país católico que por várias circunstâncias na vida não conseguiram encontrar aquela pessoa, mas que têm esse desejo profundo de amar e ser amado ainda, e de encontrar alguém e ser felizes.”

Procurar o amor por cinco euros mensais

Um site como o DatesCatolicos.org requer manutenção e existem custos que obrigam os responsáveis a cobrar dinheiro aos utilizadores. Há duas modalidades, uma assinatura trimestral por 24 euros ou anual por 60, o que se traduz em cerca de 5 euros por mês.

O valor pode afastar alguns interessados, mas segundo o casal responsável isso é também uma garantia de que os que estão presentes na plataforma estão lá pelas melhores razões. “Estes sites são um bocado diferentes daqueles para encontros ocasionais, como aquele que esteve recentemente nas notícias, que tem cerca de 34 milhões de utilizadores. Não é esse o nosso campeonato nem o nosso objectivo. Por ser de relações sérias e por ter um pagamento associado, se as pessoas vão é porque querem algo sério”, diz António.

Embora esse seja o propósito principal, o site tem outras utilidades para além de apenas promover namoros e casamentos, tal como a promoção e divulgação de eventos, de amizades e a publicação de textos de apoio e de aprofundamento espiritual. O casal admite mesmo que embora tenha investido dinheiro na plataforma, o objectivo não é o lucro, mas vêem no projecto uma missão.

Segundo a Marta, “sabemos que nem sempre é fácil encontrar a cara metade e quanto isso é importante, porque temos diversos estudos portugueses e estrangeiros que nos dizem que aquilo que as pessoas querem é constituir família e serem felizes e realmente temos muitas pessoas em Portugal que não conseguiram encontrar, por isso, se daqui a dez anos pudéssemos ver esses casais felizes, para nós isso é a principal motivação.”


[Notícia corrigida dia 19 de Outubro. O preço por trimestre é 24 euros e não 26 como estava inicialmente escrito]