Pinto da Costa assumiu um discurso particularmente crítico para com Julen Lopetegui, esta quinta-feira, atribuindo responsabilidades quase totais ao técnico basco por vários dos falhanços durante a sua passagem pelo Dragão.

Das contratações ao estilo de jogo que ao presidente do FC Porto não agradava, pouco escapou. O caso mais evidente, que tem assumido proporções algo substanciais, passa pela aposta em Gianelli Imbula. Contratado ao Marselha, no início da época, a troco de 20 milhões de euros - com participação do fundo de investimento Doyen Sports -, o internacional francês foi indicado por Lopetegui como sendo um fora de série.

Ora, Pinto da Costa, vendo o progressivo desaparecimento do atleta que o basco catalogou de verdadeiro "Ferrari", terá confrontado o técnico.

"Teve o Danilo, o Imbula - que veio por vontade dele, que me disse que era um Ferrari. E eu perguntava-lhe porque razão o Ferrari estava na garagem? Teve o que pediu", atirou, em entrevista ao PortoCanal recordando, perante as queixas de Lopetegui, no início da época, sobre as muitas saídas de jogadores nucleares do plantel, que foram as escolhas dos emprestados Óliver Torres e Casemiro, da parte do basco, que ditaram essa mini-revolução no plantel.

"Ele perdeu muitos jogadores e tinha de perder com as opções que ele fez. Quando se tem jogadores emprestados por um ano é assim. Ou não são bons e ficam, ou são bons e vão embora. Perdeu os laterais mas ganhou o Maxi Pereira e o Laýun", argumento.

Posto isto, sobre a aposta em Lopetegui, em Maio de 2014, Pinto da Costa admite que a perdeu. "Tinha boas informações do Lopetegui. Dizer que foi uma aposta ganha não, porque não ganhou nada. Penso que tem qualidades, no futuro vai ser um treinador de sucesso, mas não se integrou no futebol português, daí ter trazido muitos jogadores de fora. Não quis compreender que as coisas não eram exatamente como tinha pensado, insistiu num processo que não levou ao sucesso. Quando se muda de treinador é porque não teve sucesso", salientou, não escondendo alguma mágoa em relação à forma como o espanhol geriu o processo negocial tendo em vista a rescisão do contrato que o unia ao FC Porto.

"O nosso advogado falou com o dele e ele (advogado) ficou de vir ao Porto. Até agora, não houve forma de resolver. Pela lei portuguesa enquanto ele não estiver a trabalhar temos de lhe pagar. Ainda hoje falei com o Jorge Mendes e disse-me que não tem conseguido falar com ele. Até este momento nada mais se passou", contou.