A coordenadora bloquista Catarina Martins destacou as pontes à esquerda que Jorge Sampaio conseguiu fazer e que levaram às vitórias na Câmara de Lisboa e na Presidência da República.

“A sua resistência antifascista foi extraordinariamente importante. Mas, a forma como também foi capaz de ter um projeto à esquerda para Lisboa e combateu um certo bafio e transformou-a numa cidade mais aberta…foi muito importante. E enquanto Presidente da República, o papel que teve em todas as questões de direitos humanos e na forma como Portugal se posicionou internacionalmente, foi-nos marcando muito”, lembra.

“Acho que saber posicionar-se em nome da solidariedade e abraçar lutas nos momentos em que são mais difíceis é seguramente algo que fica como legado.”

Também Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, preferiu esquecer por uns momentos as divergências com Sampaio por causa do apoio do ex-Presidente às touradas para se solidarizar com a família. Disse que o partido não poderia deixar de se solidarizar nesta homenagem e “honrar o legado” de Jorge Sampaio de pontes de diálogo.

“Foi um marco incontornável na história da democracia portuguesa, do combate ao fascismo, à ditadura, não só em Portugal, mas além-fronteiras”, destacou a porta-voz do PAN, recordando a sua luta pela liberdade do povo de Timor-Leste.

O presidente da IL destacou o “amor à liberdade e direitos humanos” do antigo líder socialista e características que corporizou como “integridade, coragem e visão alargada do mundo”, que considera "faltarem na política portuguesa”.

“É uma partida que empobrece Portugal”, sublinhou Cotrim Figueiredo.

O velório de Jorge Sampaio abriu ao público cerca das 12h30 no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, onde a população poderá prestar a última homenagem ao ex-Presidente da República até às 23h00.