A nova onda de fundos europeus para responder à crise da Covid-19 é uma oportunidade irrepetível que não pode ser desperdiçada, defende o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“O acordo obtido no Conselho Europeu é excecional, porque embora não tendo sido o ideal, esteve muito próximo do ideal, porque os Estados não foram afetados. O corte que houve nos subsídios foi, sobretudo, para atividades da Comissão Europeia, não naquilo que cabia a cada Estado”, começou por referir Marcelo Rebelo de Sousa.

Portugal conseguiu um total de 45 mil milhões de euros, entre subvenções a fundo perdido e empréstimos.

O Presidente da República fala num montante “excecional, porque “nunca Portugal recebeu tanto dinheiro para um período como este, e quem diz Portugal diz todos os países da União Europeia”.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que esta é uma “oportunidade única, mas é também uma responsabilidade saber utilizar bem este dinheiro”.

Há duas maneiras de utilizar o dinheiro, defende o chefe de Estado. Olhar para as necessidades imediatas e projetar o Portugal do futuro.

“Uma é olhar para o dia seguinte e é preciso olhar para o dia seguinte, porque há que olhar com outros fundos de emergência para tapar buracos de emergência. Mas com este dinheiro, olhar para o dia seguinte é olhar para daqui a uns anos, para aquilo que é estrutural, que dura mais do que a situação que estamos a viver. O país que queremos construir para daqui cinco, dez, 15 anos, onde vamos investir, nas infraestruturas, nos transportes, no apoio às formas de criação de riqueza, nas questões que têm a ver com a vida dos portugueses em todos os aspetos, também sociais.”

Marcelo Rebelo de Sousa considera que este envelope de fundos europeus “permite que se olhe mais longe”.

“Eu espero que haja a noção de que isto é irrepetível, não volta a haver nos próximos longuíssimos anos uma oportunidade como esta, portanto, não pode ser perdida”, reforçou o Presidente da República.

O chefe de Estado falava aos jornalistas à margem de uma visita aos Bombeiros de Monte Redondo, em Leiria, para homenagear um soldado da paz que faleceu no último fim de semana.