O primeiro-ministro vira “portugueses contra portugueses” e o PSD é um partido colaboracionista do Governo do PS, acusou Assunção Cristas, esta quinta-feira, durante o jantar de Natal do CDS-PP.

A presidente do CDS fez um duro ataque ao primeiro-ministro, ao PS e "às esquerdas", acusando António Costa de não ter palavra nem caráter, por não cumprir o que prometeu e "virar portugueses contra portugueses".

Assunção Cristas foi a convidada no tradicional jantar de Natal do CDS e da Juventude Popular de Lisboa, num hotel da capital, em que fez um discurso crítico da governação do PS, que acusou de deixar o "país paralisado, preso por arames".

Um país, descreveu, onde todos perdem "poder de compra comparando com a União Europeia (UE)" e onde o primeiro-ministro "não tem coragem para assumir as suas responsabilidades", desde os incêndios do verão de 2017 ao desabamento da estrada entre Vila Viçosa e Borba, distrito de Évora, em que morreram cinco pessoas.

Para Assunção Cristas, António Costa prometeu "tudo a todos" e agora, "vendo os focos de contestação na rua", e "com a sua conhecida habilidade, faz uma coisa simples" e "muitíssimo perigosa": "virar portugueses contra portugueses".

"Quando chega ao momento de cumprir promessas, então atira as culpas para quem está a reivindicar. Isto é não ter palavra, isto é não ter caráter", atirou.

"O maior problema de António Costa é não ter percebido que teve as melhores condições possíveis para governar e as desperdiçou. É um 'bluff' autêntico", afirmou, voltando a acusá-lo de querer "perpetuar-se no poder".

Cristas compara PSD a "partido da colaboração"

O PSD de Rui Rio também não escapou às críticas. A presidente do CDS-PP rotulou o PSD de partido colaboracionista do Governo do PS e acusou o Aliança, de Santana Lopes, de ser incapaz de dizer que "não dá a mão a António Costa".

O voto no CDS é o único que "não vai parar às mãos de António Costa, é um voto que não viabiliza um governo de António Costa", afirmou Assunção Cristas no jantar de Natal do partido, depois de insistir que nas legislativas de 2019 não haverá "voto útil", nem à direita nem à esquerda.

A líder centrista colocou PS, BE, PCP, PEV e PAN no grupo dos "partidos da situação", por terem votado o Orçamento do Estado do próximo ano, e fez uma descrição dos restantes, em que incluiu o novo partido, o Aliança, do antigo líder do PSD Pedro Santana Lopes.

O PSD é agora, aos olhos de Cristas, o partido "da colaboração", que "diz que se for preciso dá uma mão ao PS e ajuda-o a libertar-se das esquerdas mais radicais".

Depois, há a Aliança que "parecia que ia noutro sentido", mas, afinal, "não é capaz de dizer de forma cristalina que não dá a mão a António Costa", concluiu.

Por último, aparece o partido que lidera, o CDS, que diz "de forma cristalina" que não apoiará um eventual governo minoritário do PS saído das próximas eleições legislativas.