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Já tomaram posse os novos ministros que foram nomeados no domingo por António Costa. A cerimónia decorreu no Palácio de Belém e os ministros que saíram, Adalberto Campos Fernandes, Azeredo Lopes, Luís Filipe Castro Mendes e Manuel Caldeira Cabral, estiveram presentes.

O primeiro a ser empossado por Marcelo Rebelo de Sousa foi Pedro Siza Vieira, que acumula a pasta da Economia com o cargo de ministro-adjunto. Seguiram-se, por esta ordem, Gomes Cravinho para a Defesa, Graça Fonseca para a Cultura e Marta Temido para a Saúde, que se estreiam no Governo de António Costa. João Pedro Matos Fernandes foi o último e transita de ministro do Ambiente, para ministro do Ambiente e da Transição Energética (passando a acumular o secretariado de Estado da Energia).

Aos jornalistas, António Costa destacou esta mudança como "oportuna", porque a transição energética é "um dos maiores desafios que a humanidade tem nas próximas décadas". Disse ainda que as alterações entre os ministérios da Economia e do Ambiente trazem "dinâmica renovada". "Parece-me também oportuno proceder a duas alterações orgânicas que têm a ver com a ideia de dar uma nova centralidade à política económica no centro do Governo e de tratar o tema da transição energética como crucial para o futuro do ambiente", declarou o primeiro-ministro.

A expressão "dinâmica renovada" foi, aliás, bastante repetida pelo primeiro-ministro. Costa garantiu que as mudanças no executivo trazem novo fôlego para "uma nova fase". "A proposta de Orçamento do Estado para 2019 que o Governo vai apresentar à Assembleia da República é momento para darmos uma dinâmica renovada à execução do Programa do Governo", disse.

Saídas a pedido dos próprios ministros

Sobre se os ministros decidiram sair pelo próprio pé ou se foram afastados por ordem do primeiro-ministro, Costa disse que as saídas "foram todas a pedido dos próprios".

Adalberto Fernandes confirmou as afirmações do primeiro-ministro. "Acho que há momentos em que é preciso, tal como numa estafeta, ter outro jogador com mais capacidade", disse o agora ex-ministro da Saúde. Também o antigo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, disse que pediu para sair.

Questionado sobre se haverá condições para os ministros em executar e defender um Orçamento de Estado que não redigiram, António Costa afasta as preocupações. "As propostas não são dos ministros, são do governo e o governo é comum a todos", esclarece Costa.

Relativamente à transição de Siza Vieira para a Economia, substituindo Manuel Caldeira Cabral, que tinha cada vezes menos poder no governo, António Costa garante que a mudança na Energia não satisfaz os interesses de ninguém, exceto dos preocupados com o ambiente. "Faz seguramente a vontade a todos aqueles que têm consciência que as alterações climáticas são uma ameaça real".

Os novos secretários de Estado para os remodelados ministérios tomarão posse na quarta-feira. Ainda são desconhecidos os nomes para os secretariados de Estado.