O PS reagiu, esta sexta-feira, ao pedido de desfiliação apresentado pelo antigo líder José Sócrates. A palavra coube ao líder parlamentar e presidente do partido, Carlos César, que enalteceu o contributo dado pelo antigo primeiro-ministro ao país.

"O PS orgulha-se do seu contributo ao longo de toda a história democrática para o progresso do nosso país e em especial nas circunstâncias em que o PS assumiu responsabilidades governativas. O engenheiro José Sócrates deixou uma marca muito positiva como primeiro-ministro, num período em que o nosso país alcançou progressos e resultados assinaláveis", afirmou.

Não obstante, a confirmarem-se as suspeitas e acusações, “aquilo que hoje os portugueses sentem é um entristecimento e um sentimento de revolta", destacou.

Quanto à decisão tomada pelo antigo líder do partido, "trata-se naturalmente de uma decisão assumida de forma responsável, de forma livre e no uso de um direito que ao engenheiro José Sócrates cabe", indicou.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, sem direito a perguntas, o presidente socialista sublinhou ainda que nada mudou no discurso do partido no que diz respeito à separação de poderes política e justiça.

“O que dissemos e continuamos a dizer é que, em circunstâncias que envolvam suspeitas e acusações de atos graves, da parte do PS haverá desde logo e sempre uma preocupação” de “separação daquilo que é da justiça e aquilo que é da política”, garantiu.

Carlos César referiu-se também aos trabalhos que continuam na comissão eventual da Transparência.

“O PS propôs a formação de uma comissão eventual para a transparência, que hoje trabalha um conjunto de projetos, entre os quais os apresentados pelo Partido Socialista, que visam disciplinar e monitorizar a ação dos políticos, do ‘lobbying’ e toda a envolvência de aspetos que podem tornar a atividade política menos transparente e que importa que sejam corrigidos e melhorados em abono da qualidade da nossa democracia”, afirmou.

O presidente do PS deixou mais uma ressalva: estes casos mediáticos, com este tipo de suspeitas e acusações não são exclusivos do PS.

“São casos que se têm disseminado ao longo dos anos por personalidades e situações que não envolvem o Partido Socialista. Temos de ter a consciência e não apagar da nossa memória que em inúmeras situações, infelizmente, em vários governos e em vários partidos, têm existido pessoas cuja conduta e cujo comportamento é censurável. Algumas até já cumpriram penas de prisão, outros são arguidos, outros têm graves suspeitas que ainda não foram esclarecidas e são pessoas de todos os partidos e, em particular, daqueles que têm desempenhado funções de Governo e que têm exercido não só na administração central essas responsabilidades como a outros níveis incluindo a administração local”, apontou.