O presidente eleito do PSD, Rui Rio, garante que o objetivo do partido é "sempre ganhar" e rejeita qualquer hipótese de Bloco Central.

Na parte final da sua intervenção, e a mais aplaudida do seu discurso inaugural no 37.º Congresso do PSD, Rio afirmou que os que falam de um Bloco Central: "Perdem tempo com o que não existe nem existirá", assegurou.

"Uma coisa é estarmos disponíveis para dialogar democraticamente com os outros e cooperarmos na busca de soluções para os graves problemas nacionais, que, de outra forma, não é possível resolver. Coisa diferente é estarmos disponíveis para nos subordinarmos aos interesses dos outros", sublinhou. "O PSD só está subordinado a um interesse, ao interesse de Portugal".

No seu primeiro discurso no 37.º Congresso do PSD, Rui Rio pediu reformas estruturais (reforma do Estado, do sistema político e da justiça, abrir o partido ter contas partidárias equilibradas, não esquecendo a descentralização) e lamentou "o conjunto de estrangulamentos estruturais que nenhum partido está capaz de resolver isoladamente e que condicionam fortemente o nosso desenvolvimento". Os social-democratas devem pôr "o país em primeiro lugar, disponível para em nome do superior interesse nacional procurar dialogar e resolver com os outros o que sozinho jamais conseguirá".

O novo líder laranja garantiu que "2019 não depende de nada, a não ser da nossa própria vontade em vencer as eleições sejam elas regionais, para o Parlamento Europeu ou para a Assembleia da República".

"O PSD apresentar-se-á aos portugueses como uma alternativa forte e credível a esta governação presa à extrema-esquerda", assegurou. No seu discurso, Rui Rio sublinhou que o PSD "é um grande partido de poder": "Por isso, o seu objetivo é sempre ganhar. Sempre que nos candidatamos, o nosso imperativo é sermos os primeiros", afirmou.

O presidente eleito salientou que o PS não ganhou as últimas eleições: "Em nenhuma outra circunstância o PS pode liderar um Governo, em face dos resultados das últimas legislativas", afirmou.

Em termos eleitorais, apesar de serem as mais distantes, Rio apontou como uma das tarefas prioritárias iniciar desde já a preparação para as autárquicas de 2021.

"É a implantação autárquica que melhor sustenta a força real de um partido junto das pessoas", defendeu.

Rui Rio deixou duras críticas à atual solução governativa, cuja solidez comparou não ao cimento, mas ao "cartão e cola".

"Quando na governação à vista, o Governo cede à sua clientela, os parceiros da coligação parlamentar garantem a dita segurança. Quando toca a disciplinar um pouco as finanças públicas, os mesmos agitam o fantasma da Europa e do grande capital", criticou, considerando que a atual governação, pelas suas insuficiências, não tem possibilidades de resolver as deficiências estruturais do país.

Por essa razão, defendeu, o país "requer uma governação consciente de que o país tem problemas estruturais" e exige "coragem, consistência e coerência política", que diz apenas o PSD pode oferecer.

"Um Governo que não aproveita um ciclo económico positivo para robustecer o futuro e preparar o país para os ciclos negativos, é um Governo que governa mal. Governa mal, mesmo quando pode parecer que governa bem", acusou.

Veja o discurso de Rui Rio na integra:

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