A aprovação no parlamento da gestação de substituição, vulgarmente chamada de barriga de aluguer, é um “contra-senso civilizacional”, afirma o cardeal patriarca de Lisboa.

À margem da inauguração das novas instalações do Grupo Renascença Multimédia, em Lisboa, D. Manuel Clemente lembrou que a adopção é sempre um recurso para os casais que não podem ter filhos.

“Se as pessoas não podem ter filhos, há outra maneira de exercerem esse gosto que têm. Há muita criança por adoptar, há muita causa que precisa também de ser adoptada. Estar a contrariar aquilo que é o desenvolvimento natural do ser humano e a separar as duas fases e afastar esse ser que cresce no ventre de uma mãe para outra pertença abusivamente é muito errado, é um contra-senso civilizacional.”

Nestas declarações aos jornalistas, o cardeal patriarca de Lisboa acredita que, no futuro, será possível introduzir alterações à lei.

“A Humanidade é que tem que ganhar”, sublinhou D. Manuel à margem da inauguração das novas instalações da Renascença em Lisboa.

A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira os projectos de lei que regulam o acesso à gestação de substituição (barrigas de aluguer) e o alargamento do acesso à Procriação Medicamente Assistida (PMA).

O projecto de lei do BE sobre barrigas de aluguer foi aprovado com os votos favoráveis de PS, BE, PEV e PAN e 24 deputados do PSD, incluindo Pedro Passos Coelho, como a Renascença avançou na quinta-feira.