O primeiro-ministro desvaloriza o facto de não ter discursado na Cimeira do Clima (COP21), que arrancou esta segunda-feira em Paris. António Costa esteve presente na sessão de abertura dos trabalhos, onde estão os chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, mas não usou da palavra no painel de intervenções dos líderes políticos. Um incidente "burocrático".

Esta manhã o gabinete do primeiro-ministro disse que Costa não ia falar porque não tinha sido possível inscrevê-lo a tempo, o que levou a especular sobre a forma como o assunto tinha sido tratado pelo anterior Governo.

Mais tarde o ex-ministro do Ambiente, Moreira da Silva, fez um comunicado a esclarecer que tudo tinha sido combinado com a ONU para permitir que o novo primeiro-ministro fizesse uma inscrição de última hora.

Uma fonte do anterior executivo disse à Renascença que Costa chegou a inscrever-se mas, não gostando da ordem das intervenções, optou por não discursar.

Em declarações em Paris, o novo primeiro-ministro afirmou que não quer alimentar “fait-divers” e não deu mais explicações, dizendo perante a insistência dos jornalistas que se trata de “um incidente burocrático, que às vezes acontece nas transições de Governo”.

O novo primeiro-ministro fez questão também de não criticar o anterior executivo por causa deste assunto. “Não tenho a menor das dúvidas que ele fez um excelente trabalho na preparação da COP e que Portugal tem todas as razões para ter orgulho na forma como se apresenta.”

A COP 21 - Cimeira do Clima arrancou esta segunda-feira e vai prolongar-se durante duas semanas. Em Paris estão quase 150 chefes de Estado e de Governo.