O primeiro-ministro convocou os seus ministros para uma reunião informal, este sábado, ao fim da manhã, na Base Naval do Alfeite, em Almada, para uma reflexão estratégica sobre prioridades e linhas de ação após as férias de verão.

Nesta reunião informal, que o executivo não caracteriza como Conselho de Ministros, estarão sobretudo em análise o lançamento em setembro do novo pacote de apoios às famílias e às empresas para mitigar os efeitos da inflação e o início da preparação da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2023.

Segundo o jornal Expresso, que avançou com a notícia desta reunião informal, o encontro do executivo na Base Naval do Alfeite não terá uma agenda fixa em termos de ordem de trabalhos e, sobretudo, destina-se a lançar "o ano político que aí vem".

"Nestas reuniões de reflexão antes das férias de verão, o habitual é cada ministro apresentar uma comunicação sobre as medidas que tem em execução, identificar quais os principais desafios ou obstáculos enfrenta no seu setor e apontar quais as condições políticas ou meios que considera necessários para cumprir os seus objetivos setoriais", disse à agência Lusa um antigo membro de vários governos socialistas.

Na quarta-feira, logo na abertura do debate sobre o estado da nação, no parlamento, o primeiro-ministro anunciou que em setembro o Governo vai adotar um novo pacote de medidas para apoiar o rendimento das famílias e a atividade das empresas face aos efeitos da inflação.

Já no que respeita à atualização salarial dos trabalhadores da administração pública, o Governo não transmitiu ainda uma posição clara sobre essa matéria. A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, tem afirmando, somente, que a questão da atualização salarial para mitigar os efeitos da inflação será um dos aspetos centrais da proposta de Orçamento do Estado.

A Comissão Europeia estima que Portugal seja em 2022 o país que mais vai crescer na União Europeia, cerca de 6,5%, e várias instituições têm estimado um défice inferior a 1,9% no final do ano, a meta inscrita pelo Governo no Orçamento.

No entanto, o ministro das Finanças, Fernando Medina, tem alertado para os efeitos de uma subida dos juros de Portugal e diversos analistas consideram que a execução orçamental em 2023 será muito mais complexa do que no corrente ano.