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António Costa avisa que a pandemia não acabou nem acabará enquanto não houver vacinação total e não é altura para facilitar.

O secretário-geral socialista e primeiro-ministro falava esta tarde na abertura da Comissão Nacional do PS e alertou que não é altura para andar por aí a tentar aproveitar o sol.

“É fundamental todos termos consciência que esta pandemia não acabou e que esta pandemia não acabará enquanto não houver uma vacinação total, ou a descoberta de um medicamento eficaz para a eliminação da Covid-19. Por isso, este é um combate que temos de prosseguir, e podendo hoje encarar com confiança o futuro, temos de perceber bem que esse futuro depende muito da forma como gerirmos as próximas semanas, todo este processo de desconfinamento.”

“Não é a altura de baixar a guarda, não é a altura de facilitismos, nem de dizer que o sol está maravilhoso e vamos todos a aproveitar, porque o vírus continua a andar por aí”, conclui o primeiro-ministro.

A intervenção de Costa centrou-se no desafio que o PS tem pela frente com as eleições autárquicas. O primeiro-ministro pediu uma enorme mobilização do partido.

Aos autarcas socialistas fez questão de dizer que para recuperar a economia do país há fundos específicos que vêm da Europa: "Os autarcas não são só fundamentais para combater a pandemia, são absolutamente essenciais para a recuperação do país. O programa de recuperação e resiliência tem em grande medida um conjunto de projetos, de programas, cuja execução depende exclusivamente, ou essencialmente, das nossas autarquias locais.”

“Quase metade das verbas do programa de recuperação e resiliência, são verbas que são elegíveis para programas de âmbito municipal, e alguns onde o papel dos municípios é absolutamente central", recordou.

PS não se distrai

Dos centros de saúde à habitação, das escolas aos transportes, estas são algumas das áreas em que o papel das autarquias é fundamental para a recuperação económica e social, mas António Costa lamenta que os partidos da oposição à direita estejam mais preocupados em atacar o Governo.

Costa avisa que este não é o momento de jogadas políticas como as da direita, mas de ter como prioridade a resolução de problemas do país. "E agora quando olham para as eleições autárquicas, não lhes vemos, não lhes ouvimos, uma ideia que seja sobre habitação, sobre a melhoria dos transportes públicos, sobre o desenvolvimento do interior, sobre a descentralização."

"Ainda esta semana vimos o líder do CDS e o líder do PSD juntarem-se, a anunciarem uma grande coligação, mas uma coligação para quê? Para servir Portugal? Para responder aos problemas dos portugueses? Para servir a nossa terra? Não. Disseram que a grande coligação que iam fazer só tinha um objetivo, atacar o PS e enfraquecer o Governo"

O líder socialista garante que o PS não se distrai e que o foco não pode ser o combate ao PSD e ao CDS, pedindo mobilização para as autárquicas previstas para o outono.

"A última coisa de que os portugueses querem ouvir falar é de jogadas políticas e de coligações contra o PS, contra o Governo, e que não se interessam de nada pelos problemas dos portugueses. E por isso queria dizer às portuguesas e aos portugueses que podem estar tranquilos, porque o PS não se distrai, não confunde o seu objetivo ou as suas prioridades, e a nossa prioridade não é combater o CDS, o PSD ou quem quer que seja. O nosso objetivo é só um, servir Portugal, servir or portugueses, em cada terra e pelas populações de cada terra."

O objetivo do PS para as autárquicas é manter o estatuto de partido com mais câmaras e mais mandatos no poder local: "Por isso apelo a todas e a todos para que nos mobilizemos para uma preparação muito ativa deste congresso, que tem de ser um momento culminante do lançamento das nossas candidaturas autárquicas, para que o PS continue a ser, como tem sido há oito anos, o maior partido autárquico, quer ao nível municipal, quer ao nível de freguesia."

António Costa na intervenção de abertura da Comissão Nacional que irá discutir e votar as propostas de calendário de realização do congresso em julho e da eleição do secretário-geral em junho