As mensagens racistas que surgiram na manhã desta sexta-feira em três escolas secundárias de Lisboa e Loures, bem como em algumas universidades, são obra de “uns tristes que resolveram pichar escolas com frases racistas e xenófobas”, considerou esta noite o ministro da Educação.

Já na reta final da comissão parlamentar para debater o Orçamento do Estado para 2021, Tiago Brandão Rodrigues quis condenar estes atos e, ao mesmo tempo, elogiar os alunos que responderam de imediato.

“Foi de coração cheio que vi os alunos daquelas escolas responderem de forma imediata, com rejeição imediata, a este insulto à sua condição de cidadãos, todos eles da República Portuguesa ou migrantes que vivem cá, e todos eles repudiaram automaticamente aquilo que estava a acontecer. São eles, também, dentro e fora da escola, que nos dão a melhor lição”, disse Tiago Brandão Rodrigues.

Pelo menos duas universidades, o ISCTE e a Universidade Católica em Lisboa, e três escolas secundárias foram vandalizadas com frases racistas, entre as quais “Fora com os pretos” e “Viva a raça branca”.

O secretário de Estado da Educação também repudiou, no Parlamento, estas mensagens racistas que considera serem um “ato de cobardia e de fraqueza que a mim só me mete nojo”.

João Costa diz que esta atitude contrasta com a "vitalidade e a resposta imediata dos jovens”, saudando os alunos da escola secundária Eça de Queiroz, em Lisboa, que recusaram entrar na escola antes de pintar o muro.

O secretário de Estado da Educação concluiu ainda que ficou feliz “porque o racismo está do lado de fora da escola. Não entra, o racismo não pode entrar na escola”.

João Costa lembrou, depois, a importância da disciplina de Cidadania, “ o facto de trabalharmos a educação para a interculturalidade e o respeito pela diferença tem permitido trabalhar ativamente para que os jovens continuem a dar este testemunho de rejeição do racismo”, e voltou a falar do assunto quando abordava a educação para adultos, dizendo que estas mensagens são fruto da ignorância e que “estes que fizeram as pinturas podem sempre voltar à escola, porque há sempre uma esperança”.