O primeiro-ministro considera esta quinta-feira como “um dia particularmente feliz”, quer para a defesa nacional, quer para a “inovação e indústria” portuguesas.

António Costa discursava, em Évora, na assinatura dos contratos para a compra de cinco aviões KC-390, da brasileira Embraer, que vão substituir os “velhinhos” Hércules C-130.

“É um bom dia para as nossas Forças Armadas, é um bom dia para o nosso sistema de inovação e indústria, é um bom dia para a cidade de Évora, para o conjunto do Alentejo e para a coesão territorial e é um grande dia para as relações entre Portugal e o Brasil", elencou o primeiro-ministro.

Uma aquisição de “enorme importância” para a segurança e defesa nacional, mas, também, para o sistema industrial português.

“Este projeto tem tido um efeito catalisador muito importante no desenvolvimento das nossas capacidades no conjunto da energia aeronáutica”, considerou o primeiro-ministro.

“Para além do nosso sistema de defesa ficar mais reforçado, o nosso sistema científico, o nosso sistema de inovação, o nosso sistema industrial, está também mais forte”, sublinhou.

O contrato para a compra das cinco aeronaves inclui a aquisição de um simulador de voo e a manutenção dos cinco aviões nos primeiros 12 anos de existência. No total são 827 milhões de euros.

“Devemos considerar que o processo de aquisição do KC-390 é muito mais do que uma simples despesa, é um grande investimento para o nosso país”, referiu João Gomes Cravinho.

O ministro da Defesa observou, ainda, que “a participação nacional na edificação e dinamização do programa KC-390 revela bem a atual capacidade de competitividade da nossa indústria aeronáutica”, garantindo “um retorno económico, financeiro e de conhecimento para o nosso país.”

Também o presidente da Embraer, elogiou a parceria entre Portugal e Espanha para a modernização das capacidades da Força Aérea Portuguesa, para apoiar as operações das Forças Armadas de Portugal e aumentar a prontidão em missões de interesse publico.

Para Jackson Schneider, “o KC-390 atenderá às capacidades de Portugal, garantindo a capacidade de integração com as nações aliadas pelas próximas décadas”.

Trata-se de um contrato que “reforça a parceria industrial entre Portugal e a Embraer, contribuindo para o desenvolvimento da engenharia e da indústria aeronáutica em Portugal”, sublinhou o CEO do grupo brasileiro, que dá emprego, no país, a 2.500 pessoas de forma direta e a 7.000, de forma indireta.

Até 2027, os cinco aviões da Embraer, com componentes produzidos nas fábricas de Évora, vão ser entregues à Força Aérea Portuguesa, ao compasso de um por ano, sendo que o primeiro vai “aterrar” em Portugal, em 2023.