Os enfermeiros afirmam-se chocados com declarações das últimas horas por parte de várias figuras políticas.

Este sábado os enfermeiros cumprem o terceiro dia da chamada greve cirúrgica, que foi criticada pelo primeiro-ministro e também pelo líder do PSD. Se Rui Rio se limitou a dizer que considerava a paralisação “altament equestionável”, António Costa chegou mesmo a apelidá-la de “selvagem”.

Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, diz à Renascença que estas são declarações injustas e pede contenção.

“Os enfermeiros ficaram chocados com as afirmações do primeiro-ministro. Entendemos que são excessivas, injustas e até mesmo ofensivas para com uma classe profissional que tanto tem dado ao Serviço Nacional de Saúde e ao nosso país”, diz Carlos Ramalho.

“Tem de haver alguma contenção. Nós, os enfermeiros somos pessoas pacíficas, estamos tranquilos, estamos a fazer uma luta muito justa e digna e não nos parece justo que nos tratem desta forma”.

Nestas declarações à Renascença Carlos Ramalho diz ainda que os enfermeiros estão dispostos a prolongar a greve até onde for necessário e não descarta a possibilidade de outras formas de luta.

“Estamos dispostos a levar esta greve cirúrgica ao seu terminus, no dia 28 de fevereiro, e depois avaliaremos a situação e vamos considerar todas as formas de luta possíveis, pode ser greve cirúrgica, ou outras. Pode ser manifestações, ações de rua, greve noutros setores, não só nas cirurgias, greves gerais. Pode ser muita coisa”, conclui Carlos Ramalho.