Esta sexta-feira é dia de decisões no Instituto Espanhol de Lisboa. O conselho escolar vai decidir um novo horário escolar, depois dos protestos que a jornada contínua causou.

Em entrevista à Renascença, José Ignácio Ruiz, diretor do Instituto, explica que o horário implementado decorreu de uma sugestão de pais e alunos do secundário, que se queixavam de sair tarde das aulas.

Lamenta não ter conseguido avisar a comunidade escolar mais cedo sobre as mudanças nos horários e explica que tal se deveu ao facto de, apenas a poucos dias do início do ano letivo, ter recebido a autorização do Ministério espanhol da Educação.

A jornada de sete horas seguidas apenas com dois intervalos de 15 minutos de imediato causou protestos, sobretudo da parte dos pais. Mas hoje, garante o diretor, há muitos que já estão a favor e mais de 300 dos 419 alunos do ensino secundário também concordam com esse horário.

Na opinião de José Ignácio Ruiz, o que interessa é o bem da comunidade. “A mudança faz-se para melhorar a jornada escolar para a maioria dos alunos e dos pais. Há os que estão contra e que o manifestam continuamente, mas também temos de ver que há muitos pais e alunos que estão a favor deste horário”, sublinha.

“Todos temos de pensar no bem de toda a comunidade e um horário que agrade a todos não é possível. Que seja, por isso, o menos mau; que seja o melhor para a maioria”, defende.

É por isso que o diretor desta escola internacional deixa um pedido: “apelo ao senso comum daquelas pessoas que se opõem tanto ao horário que se está a aplicar e que pensem que a escola tem mais coisas. E se têm que ceder em alguma coisa, pois que cedam, porque senão não se percebe que tenham aqui os alunos”.

“Se têm aqui os seus filhos é porque pensam que há mais coisas que funcionam bem do que coisas que funcionam mal”, conclui.

Ainda assim, esta sexta-feira o conselho escolar vai debater a alteração do horário, de modo a integrar dois intervalos de meia-hora, um deles antecipado para que os alunos possam almoçar mais cedo.

Ainda assim, há pais que exigem pelo menos uma hora para almoço.

Parece, então, que contrariamente ao que o ministro português da Educação disse esta semana no Parlamento, não está tudo ainda resolvido no Instituto Espanhol de Lisboa.

“Fomos informados pela embaixada de Espanha, pelo conselheiro de educação, que a situação já estava resolvida e, pelo meu entendimento, resolvida em conformidade com as pretensões dos pais”, afirmou Tiago Brandão Rodrigues.

Aguarda-se agora os resultados da reunião de hoje.

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