Um “ato selvagem”, “desumano” e “incompreensível”. É assim que o responsável pela Casa do Gaiato de Beire classifica a ação da Segurança Social, que na quarta-feira retirou, com caráter de urgência, metade dos utentes desta instituição em Paredes.

Das 48 pessoas que estavam na Casa do Gaiato de Beire, foram retiradas 22 pela Segurança Social sem a presença da polícia. Foi por isso que os restantes acabaram por ficar nas instalações da Casa do Gaiato, onde permanecem até ao momento.

Em declarações à Renascença, o padre Júlio Pereira, responsável pela instituição, não aceita o argumento de falta de segurança na vigilância destes doentes.

“Disseram: ‘senhor padre, não são cumpridos certos preceitos, por isso, nós vamos a partir deste momento proceder ao encerramento urgente desta casa e todos os doentes serão de imediato retirados’. A razão é a seguinte: ‘não existe vigilância suficiente quer de dia quer de noite’. E eu disse: desculpe, mas há uma pessoa assalariada que os acompanha todas as noites. Durante o dia, entreajudam-se e há voluntários, para lá de vários funcionários”, sublinha.

Segundo o padre Júlio Pereira, a justificação de falta de vigilância segura, não é válida e diz acreditar que a decisão já há algum tempo estava tomada, até porque os doentes já foram integrados noutras instituições.

Agora, a Casa do Gaito de Beire garante que vai recorrer à justiça caso a Segurança Social não volte atrás com a decisão e faça regressar todos os doentes retirados.