O ex-ministro da Economia tinha pelo menos quatro sociedades offshore, avança a revista Visão.

Segundo a Visão, Manuel Pinho terá recebido mais de 1 milhão de euros do alegado saco azul do Grupo Espírito Santo através de uma sociedade offshore chamada Tartaruga Foundation, com sede no Panamá.

E através de outra offshore, a Blackwade Holding Limited, o ex-ministro da Economia do governo de José Sócrates terá comprado um apartamento em Nova Iorque, em Junho de 2010, por cerca de 1,2 milhões de euros.

A Visão acrescenta que estas duas sociedades-offshore, reveladas pelo Observador, não são as únicas empresas situadas em paraísos fiscais de que Manuel Pinho é titular. O Ministério Público terá descoberto pelo menos mais duas: a Mandalay Asset Corporation e a Mesete2.

Os procuradores do Departamento Central de Investigação e Acão Penal (DCIAP) estão a investigar toda a atividade destas sociedades offshore.

Fontes ligadas à investigação dizem à Visão que os montantes recebidos por Manuel Pinho através destas quatro sociedades serão substancialmente superiores aos 1,3 milhões de euros já revelados pelo Observador.

O processo investiga alegadas vantagens atribuídas à EDP pelo governo de José Sócrates e pelo então ministro da Economia Manuel Pinho – como a revisão do plano de barragens e o fim dos contratos de aquisição de energia e a posterior celebração dos CMEC [Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual].

Os investigadores consideram que o facto de Ricardo Salgado ter alegadamente ordenado transferências da Espírito Santo Enterprises para Manuel Pinho quando aquele já não desempenhava funções no BES, apontou novos caminhos à investigação.

A investigação terá ainda descoberto cinco novos emails que mostram que Manuel Pinho terá estado a par das negociações entre António Mexia, presidente da EDP, e a Universidade de Columbia, sobre a sua contratação para dar aulas naquela universidade.

Além de Ricardo Salgado, foram constituídos arguidos Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, António Mexia, presidente executivo da EDP, e João Manso Neto, presidente da EDP Renováveis. Ainda nenhum foi interrogado. Também João Conceição, administrador da REN e ex-assessor de Manuel Pinho, o director de regulação da REN, Pedro Furtado, o ex-presidente da REN Rui Cartaxo e um ex-administrador executivo da EDP e vice-presidente da Boston Consulting Group (Pedro Rezende) foram constituídos arguidos neste caso.

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