O Ministério Público está a acompanhar a situação e a analisar todas as possibilidades legais de intervenção no caso do programa da SIC “Supernanny”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), esclarece em comunicado enviado à Lusa, que "no que respeita ao programa já emitido, existindo um processo de promoção de proteção a favor da criança na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, o Ministério Público acompanha a atividade daquela comissão", nos termos da lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo.

Segundo noticiou o jornal “Expresso”, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Loures quer que a emissora retire do ar todas as imagens que expõem a criança retratada no primeiro programa e, em articulação com o Ministério Público, deu 48 horas às SIC para o fazer.

Caso contrário, escreve o semanário, a SIC "poderá ser acusada do crime de desobediência".

A SIC começou a emitir no domingo o programa “Supernanny”, em que uma psicóloga clínica se desloca a casa de uma família para ajudar os pais a controlar a rebeldia dos filhos.

E o interessa da criança?

O programa ficou envolto em polémica logo após a transmissão do primeiro episódio, com a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) a defender que existia "um elevado risco" de "violar os direitos das crianças", nomeadamente o direito à reserva da vida privada.

Num comunicado emitido na segunda-feira, a CNPDPCJ considerou ainda que o conteúdo do programa é "manifestamente contrário ao superior interesse da criança, podendo produzir efeitos nefastos na sua personalidade, imediatos e a prazo".

Remeteu igualmente para a Entidade Reguladora da Comunicação Social o pedido de análise do conteúdo do programa, além de ter encaminhado para a CPCJ com competência territorial a situação concreta transmitida no domingo pela SIC para "avaliação e acompanhamento do caso".

Foi no âmbito deste processo que surgiu a decisão de dar 48 à SIC para retirar do ar todas as imagens que expõem a criança retratada no primeiro programa.

Entretanto, segundo a edição de hoje do “Jornal de Notícias”, a família duas crianças que a Sic anunciou como protagonistas do segundo programa contactou a CNPDPCJ para pedir ajuda sobre como evitar a transmissão do episódio.