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Seis dos sete polícias envolvidos no caso da mulher morta acidentalmente durante uma perseguição policial foram constituídos arguidos. A informação é avançada pela TVI.

Segundo a mesma fonte, os agentes foram ouvidos esta quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), na qualidade de testemunhas, mas apenas um não foi constituído arguido.

Durante a perseguição policial no Bairro da Encarnação estiveram envolvidos sete agentes da equipa de intervenção policial de Loures. Cinco deles, armados com pistolas Glock de 9mm, dispararam durante a ocorrência. Todas as armas estão na posse da Polícia Judiciária.

Segundo apurou a TVI, o projéctil ficou no corpo da vítima, que foi atingida no pescoço, e em breve será feita a autópsia no Instituto de Medicina Legal de Lisboa.

Segundo o comunicado da PSP, a mulher seguia num carro que não parou à ordem policial e que tentou atropelar os agentes, mas não estava relacionada com o gangue de assaltantes que estes perseguiam.

Sindicato desdramatiza

“É normal que sejam constituídos arguidos, uma vez que foram efetuados vários disparos. Nem precisei confirmar se foram constituídos arguidos porque nestes casos, sejam polícias ou não, é chapa cinco”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP).

Carlos Torres referiu que, dos sete agentes envolvidos na ocorrência, cinco pertencem ao sindicato por si presidido, que colocou à disposição destes os apoios jurídico, social e psicológico.

“Dos agentes envolvidos houve um que acertou, agora será feita a recolha do invólucro e a análise balística. Depois de efectuada a análise é normal que os agentes passem a testemunhas no processo”, referiu.

O presidente do SIAP disse que, dos sete envolvidos, um dos agentes não será constituído arguido, por não ter puxado da arma.

“Um dos agentes não será constituído arguido, uma vez que se trata do agente que foi assistido e não puxou da arma. Agora terá sempre que ser aberta uma investigação pelo Ministério Público, mesmo em caso de legítima defesa”, salientou.

Carlos Torres acrescentou que falou com um dos agentes envolvidos na ocorrência. “Falei com um dos envolvidos mais de uma hora ao telefone e estava a chorar e muito em baixo. Ninguém fica bem depois de uma situação destas, ainda para mais porque a pessoa ao lado não tinha culpa dos atos do condutor”, defendeu.

A Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um inquérito para apurar em que circunstância ocorreu a morte de uma mulher durante uma perseguição policial esta madrugada em Lisboa, anunciou o Ministério da Administração Interna (MAI).