As associações profissionais de militares estranham o silêncio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, face a um pedido de audiência feito em Julho, na sequência do assalto em Tancos.

Volta agora a pedir um encontro com o chefe de Estado para falar sobre o grave estado em que dizem estar as Forças Armadas Portuguesas.

À Renascença, o tenente-coronel António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), diz não compreender como é que um “Presidente dos afectos”, que publicamente faz elogios, mostra este afastamento em relação aos militares.

“Nós vemos a situação degradar-se, de dia para dia, e o senhor Presidente da República, com o peso efectivo que tem e que nós lhe reconhecemos e com a postura positiva que nós também lhe reconhecemos, certamente terá a capacidade de influenciar de forma decisiva para que quem de direito possa olhar para as questões dos militares e fazer uma equivalência entre os elogios que são dados publicamente e depois as condições mínimas que lhes são prestadas. Porque uma coisa não está a bater com a outra, claramente.”

As associações profissionais de militares voltam a apelar ao Presidente da República para apoiar na resolução dos problemas nas Forças Armadas e que, segundo a AOFA, tornaram-se flagrantes com o caso de Tancos.

“Tudo está a piorar e o que nós pedimos ao senhor Presidente é que também de uma forma pública, tal como elogia e muito bem os militares, tal como está presente nos grandes momentos das Forças Armadas, diga publicamente e também exerça a sua influência no sentido de resolver os problemas, porque não é só com a proximidade, os afectos e os elogios que os nossos problemas são resolvidos”, afirma o tenente-coronel António Mota.

As associações de militares voltam a pedir apoio de Marcelo Rebelo de Sousa que não seja só de palavras em cerimónias oficiais, diz o presidente da Associação dos Oficiais.

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