O presidente da câmara de Mação pede explicações sobre a afectação de recursos no combate ao incêndio que afecta a sua freguesia e fala em risco de tragédia.

“O que eu tenho a dizer já disse à senhora ministra e ao secretário de Estado e ao comandante nacional”, diz Vasco Estrela.

“Eu tenho o direito de saber enquanto responsável máximo pela protecção civil o que aconteceu neste incêndio. Há supostamente 900 homens a trabalhar neste incêndio e do lado de Mação não chegam se calhar a 200 homens a trabalhar. Preciso de saber que opções foram tomadas, mas isso a seu tempo se saberá.”

“O que está neste local é manifestamente insuficiente para fazer face à tragédia que aqui pode acontecer”, conclui, adiantando que a prioridade agora é defender as habitações e defender as pessoas e neste momento estamos concentrados em proceder à evacuação das populações.”

A Renascença falou com Patrícia Gaspar, adjunta do Comando Nacional de Protecção Civil, que insiste contudo que tudo o que foi feito obedeceu a um critério de prioridades. “É importante perceber que o incêndio que lavra neste momento no Concelho de Mação não é um incêndio isolado, é um sector daquele que é o incêndio da Sertã. Este sector ficou dominado, e como ficou dominado o que aconteceu foi que mantivemos neste teatro de operações os meios considerados necessários para garantir a segurança da zona que já estava dominada.”

“Posso dizer que nesta zona do incêndio, na zona de Mação, tínhamos a trabalhos um grupo de Aveiro, dois de reforço de Lisboa, um grupo do Porto e ainda meios do distrito de Santarém, designadamente um helicóptero a operar, 42 veículos, um total de 142 operacionais, aos quais somamos os 120 operacionais que estavam do grupo de reforço.”

“Estes foram os meios que estavam no terreno e que imediatamente reforçámos com novos meios quando houve uma reactivação”, acrescenta Patrícia Gaspar. “A partir do momento em que temos muitas ocorrências em curso, é preciso estabelecer prioridades e o incêndio da Sertã, toda a outra componente, quer em Proença-a-Nova, quer na Sertã propriamente dita, estava muitíssimo activo, com aldeias em risco.”

“A situação em Mação estava mais tranquila, motivo pelo qual alguns dos meios foram retirados. Não desmobilizámos os meios totais, pelo que o reforço que foi feito foi considerado o que era disponível na altura, mais próximo do local para acorrer a esta reactivação. Os meios que estavam do lado de Mação foram suficientes na altura, tanto que esse sector acabou por ficar dominado, portanto é uma questão de estabelecimento de prioridades e de rápida reacção, que foi o que fizemos a partir do momento em que houve a reactivação”, justifica.