A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas diz que há uma retrocesso das políticas fiscais amigas das famílias. Em declarações à Renascença, a secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), Ana Cid Gonçalves, considera que o actual governo prejudicou a defesa das famílias.

“No IRS por exemplo com o quociente familiar as famílias estavam um bocadinho melhor, agora voltaram a piorar porque um filho é equiparado a uma mera despesa e não é. Um filho deve ser equiparado a uma redução real de rendimento e, portanto, tem que ter impacto na progressividade”, diz.

“Não pode continuar a haver este ‘pára-arranca’ , tem que haver um rumo determinado e constante e as pessoas têm que saber com que é que podem contar.”

Ana Cid Gonçalves fez as contas e garante que “uma família que tenha um filho e rendimentos superiores a 700 euros com a retirada do quociente familiar ficou prejudicada”.

A secretária-geral da APFN diz ainda que “qualquer pessoa em Portugal sabe que ao ter filhos vai reduzir bastante o seu nível de vida”. “Isso acontece não só porque os filhos implicam um grande conjunto de despesas mas porque as políticas não estão desenhadas de maneira a que a redução de rendimentos não seja tão acentuada”, remata.

A APFN reage assim à notícia sobre a redução do nascimento de bebés no primeiro semestre de 2017, quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

De acordo com dados do Instituto Ricardo Jorge, até ao fim de Junho foram feitos 41.689 testes do pezinho, o que representa uma redução de 1.069 exames relativamente ao mesmo período do ano passado, mas mais do que o registado em 2015.