Um grupo de oficiais das Forças Armadas desmarcou o protesto marcado para quarta-feira, avançou a SIC Notícias e confirmou a Renascença.

Os militares pretendiam depor as espadas em frente ao Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na origem do protesto simbólico estava o afastamento temporário de cinco comandantes da base militar de Tancos, na sequência do furto de armas de guerra.

Num comunicado enviado à comunicação social, os militares indignados explicam que “a convocatória de entrega simbólica de espadas foi cancelada por lealdade ao Comandante Supremo das Forças Armadas [Marcelo Rebelo de Sousa] e aos Chefes Militares que na sua função difícil e no activo ainda defendem os seus homens”.

Os oficiais na reserva também divulgaram uma carta aberta ao Presidente da República, na qual dão conta do que dizem ser um sentimento de "tensão e desmotivação" nas Forças Armadas e tecem duras críticas à classe política.

"Da esquerda à direita, todos sem excepção, cometem um crime de lesa Pátria em não informar o País, com seriedade e em permanência, da importância das Forças Armadas, no seu papel em fazer a paz e acautelar a guerra, na necessidade do investimento profundo e ter um Exército como já tivemos, motivado, com tradições e com a moral elevada", referem na missiva.

Consideram que os comandantes afastados, enquanto durarem as investigações, "foram humilhados publicamente como se fosse incompetentes" e pedem que a decisão seja anulada e que sejam reconduzidos.

A iniciativa de depor as armas partiu de dois militares na reserva, os tenentes-coronéis Pedro Tinoco de Faria e Carlos Gomes.

“Queremos mostrar a indignação de um conjunto de militares que deixou de acreditar no poder político e que decide não mais defender a pátria”, disse na segunda-feira à Renascença Pedro Tinoco de Faria.

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