A realização de provas de aferição "online" para todos os alunos do oitavo ano não vai avançar de imediato. O que está previsto, para já, é a criação de uma plataforma digital onde funcionará “toda a parte de concepção e classificação das provas de aferição”.

“Vai ser iniciado também um projecto-piloto de realização das provas, através de computador, para permitir que todo o processo seja desmaterializado”, adianta a secretária de Estado da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, que aponta “ganhos do ponto de vista do trabalho, do tempo dos professores” e até do arquivamento das provas”.

Esta é, destaca Graça Fonseca, uma das 172 medidas previstas para o Simplex deste ano e que vão ser apresentadas esta segunda-feira à tarde.

Entre elas contam-se medidas no sector da saúde, da educação e da Segurança Social com vista a melhorar o atendimento. Isto porque o foco do Simplex 2017 é “melhorar o atendimento ao cidadão e à empresa”.

“Coisas como, por exemplo, poder agendar uma ida à Segurança Social e fazer um agendamento telefónico na Justiça”, reorganizando o modelo de atendimento “desde o momento em que o cidadão entra até toda a experiência do percurso, como é que pratica um acto, como pode marcar, como pode reagendar, etc.”, explica a secretária de Estado.

Do Simplex de 2016, foi implementada há pouco tempo a possibilidade de as pessoas avaliarem o serviço prestado, seja em Lojas ou Espaços Cidadão, adianta ainda Graça Fonseca.

Outra novidade para este ano é um sistema que permite localizar com precisão a origem das chamadas feitas para o 112 e a criação de um simulador de custas de Justiça.

Pais concordam com provas de aferição online

O presidente da Confederação de Pais considera "positiva" a intenção do Governo em acabar com as provas de aferição do 8.º ano em papel, mas salienta ser preciso assegurar que todos os alunos saibam utilizar a tecnologia.

O presidente da Confederação Nacional de Professores (CONFAP), Jorge Ascensão, reagiu esta segunda-feira ao anúncio da medida, classificando-a como "positiva" e considerando tratar-se de "uma evolução pacífica e sem grande perturbação".

"Contudo, a CONFAP sempre disse que mais do que os meios, o que importa são os fins para que a avaliação serve. Portanto, seja em papel ou não, o que nos preocupa são os fins com que olhamos a avaliação e as consequências a tirar", ressalvou, em declarações à agência Lusa.

"É preciso perceber se as condições estão criadas, se as crianças – porque no 8.º ano ainda são crianças – estão em igualdade de circunstâncias, se estão habituados a utilizar esta forma de avaliação. Se assim for, não haverá qualquer problema com isso", sublinhou Jorge Ascensão.

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