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O director-geral da Saúde, Francisco George, estima que haja, em Portugal, entre 10 mil a 15 mil crianças não vacinadas contra o sarampo. O dado foi revelado durante a conferência de imprensa conjunta com o ministro da Saúde, após a notícia da morte da jovem de 17 anos que estava doente com sarampo.

Os dois dirigentes fizeram renovados apelos à vacinação. "Assistimos a um combate muito desleal entre a ciência e a opinião (...). A melhor resposta é a prevenção. É tempo de parar com a opinião e a especulação sobre a evidência científica", afirmou o ministro.

Adalberto Campos Fernandes apelou ainda à população para confiar no sistema de saúde e na capacidade de uma comunidade "solidária e responsável".

"Não julgamos pais, não fazemos juízos de valor. Por vezes, por falta de informação, são levados a tomar as medidas erradas. O valor da vacina é superior à vantagem individual", acrescentou.

Apesar do relevo dado à vacinação, o ministro da Saúde garante que não está em causa tornar a vacinação obrigatória.

“O proibicionismo não é a norma nos países mais desenvolvidos da Europa e em Portugal demonstrou que foi possível atingir níveis de sucesso e de exemplaridade num programa de vacinação sem medidas de autoritarismo social que nós entendemos que devem ser discutidas mas que não é este o momento para discuti-las”., disse o ministro.

Adalberto Campos Fernandes lembrou ainda que Portugal tem há 40 anos “um programa de vacinação eficaz, efectivo, em que a questão da obrigatoriedade não se colocou e em que a responsabilidade social, individual e comunitária foi e tem sido em termos europeus um exemplo”.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses.

De acordo com o Francisco George, a Itália acaba de notificar 1.500 casos, 10% em enfermeiros e médicos, mas em 90% as pessoas a quem foi diagnosticada esta condição não estavam vacinadas.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em Fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

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