O Governo vai apresentar a candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas. A confirmação é dada pelo próprio primeiro-ministro ao jornal “Público”, que avança com a notícia esta sexta-feira.

António Costa já informou o Presidente da República, Cavaco Silva, de que está a proceder às diligências inerentes ao patrocínio da candidatura de António Guterres, que deverá ser apresentada oficialmente em Fevereiro.

Os líderes partidários com assento parlamentar também foram já informados por António Costa, que também pediu para se reunir com o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, no final do último debate quinzenal (dia 15).

Segundo o jornal, a máquina e o “lobbying” diplomático estão mobilizados para dar mais peso à candidatura de António Guterres e o antigo alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados tenha hipóteses de suceder ao sul-coreano Ban Ki-moon a 1 de Janeiro de 2017.

A eleição para o cargo do mais alto funcionário da ONU e chefe da Secretaria da organização vai decorrer este ano. O processo é complexo e envolve vários equilíbrios geoestratégicos, havendo uma selecção prévia das candidaturas pelo Conselho de Segurança. O nome do escolhido é depois transmitido à Assembleia Geral.

Dois obstáculos à partida

A candidatura de António Guterres vai ter, desde já, de ultrapassar dois obstáculos, que se prendem com as intenções da organização para o próximo mandato: que o próximo Secretário-Geral seja uma mulher ou então um candidato oriundo da Europa de Leste, dentro da lógica de representação continental.

Ainda assim, um responsável ligado ao processo da candidatura de Guterres afirma ao “Público” que, “havendo a possibilidade de eleição, esta não deve deixar de ser explorada”.

O actual Secretário-Geral das Nações Unidas é Ban Ki-moon, da Coreia do Sul. É a oitava pessoa a exercer o cargo e tomou posse em Janeiro de 2007, sucedendo a Kofi Annan, do Gana.