A Medicina enquanto ciência que investiga, trata e cura vidas humanas é um bem maior em qualquer sociedade. E a sua evolução, uma evidência da capacidade do homem se superar a si próprio. Não precisamos de rever imagens de campos de refugiados ou de hospitais de campanha, onde médicos e enfermeiros dão as suas vidas a salvar vidas. Situações que se replicam nos hospitais em todo o mundo. Seja onde for e como for, o exercício da Medicina está sempre vinculado ao “compromisso com a vida e com os que sofrem.”

Em vésperas da votação na Assembleia da República da despenalização da eutanásia, cinco bastonários da Ordem dos Médicos, cujo mérito é por todos reconhecido, assinaram por unanimidade uma Declaração que não pode ser, de modo nenhum, desvalorizada. As palavras são claras:

A eutanásia, o suicídio assistido e a distanásia representam uma violação grave e inaceitável da ética médica (repetidamente condenados pela Associação Médica Mundial). O médico que as pratique nega o essencial da sua profissão, tornando-se causa da maior insegurança nos doentes e gerador de mortes evitáveis.

Quando hoje ou amanhã, estivermos numa cama de hospital, doentes, ou a acompanhar pais, filhos ou irmãos vamos esperar e desejar o melhor desempenho profissional e humano daqueles a quem confiamos a vida. A legalização da Eutanásia não é uma questão politica, nem social, nem cultural. É antes um retrocesso civilizacional. Colocando o mais fraco na dependência do mais forte, o mais frágil nas mãos dos que se julgam donos da vida de outros.

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