Os Estados Unidos admitiram esta quarta-feira que é improvável, no curto prazo, que a Ucrânia seja capaz de expulsar as forças russas dos territórios ocupados por Moscovo, incluindo a Crimeia.

"A probabilidade de uma vitória militar ucraniana, expulsando os russos de toda a Ucrânia, incluindo a Crimeia, a probabilidade de isso acontecer em breve não é muito alta, militarmente", comentou o chefe do Estado-Maior dos EUA, general Mark Milley, durante uma conferência de imprensa, ao lado do secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin.

Milley classificou ainda como "crime de guerra" os ataques com mísseis russos que atingiram infraestruturas elétricas na Ucrânia, na terça-feira.

"Alvejar deliberadamente a rede elétrica civil, causando danos colaterais excessivos e sofrimento desnecessário à população civil, é um crime de guerra", acusou o general.

A Rússia realizou ataques maciços sobre as infraestruturas civis ucranianas, em todo o país, na terça-feira, inclusivamente perto da fronteira com a Polónia, deixando milhões de casas sem energia, segundo Kiev.

Milley disse que cerca de um quarto da população ucraniana tinha ficado sem acesso a energia, devido aos ataques de mísseis lançados pelas forças russas e que estimou terem sido entre 60 e 90.

Citando os múltiplos fracassos das forças russas, incluindo a recente retirada da cidade de Kherson, o general norte-americano lamentou que Moscovo tenha decidido realizar "uma campanha de terror".

"Falharam os seus objetivos estratégicos e agora estão a falhar operacional e taticamente", concluiu Milley.