Roberta Metsola, do Partido Popular Europeu (PPE), foi eleita em Estrasburgo, França, presidente do Parlamento Europeu para a segunda metade da legislatura, até 2024, sucedendo no cargo ao italiano David Sassoli, falecido na semana passada.

Na votação realizada na manhã desta terça-feira, Metsola obteve 458 votos entre 616 votos expressos, superando por larga margem a maioria absoluta de que necessitava (309), anunciou o eurodeputado português Pedro Silva Pereira, que dirigiu o ato eleitoral enquanto segundo vice-presidente da assembleia.

Apesar de ter três oponentes nesta eleição - a sueca Alice Bah Kuhnke (Verdes/Aliança Livre Europeia), o polaco Kosma Zlotowski (Conservadores e Reformistas Europeus) e a espanhola Sira Rego (Grupo da Esquerda) -, a vitória de Metsola, até agora primeira vice-presidente do Parlamento Europeu, era já esperada, em função do entendimento entre as três maiores bancadas do hemiciclo, que previa que a presidência da assembleia europeia na segunda metade da legislatura coubesse a uma figura escolhida pelo PPE, de centro-direita, após o socialista Sassoli a ter assumido nos dois primeiros anos e meio.

A maltesa, de 43 anos, advogada, torna-se a terceira mulher a presidir ao Parlamento Europeu, e a primeira maltesa a dirigir uma instituição europeia .

Metsola, que faz hoje anos, prometeu defender vários valores europeus e seguir o legado de David Sassoli. "Vou trabalhar arduamente em prol do Parlamento Europeu e de todos os cidadãos europeus. Gostava que acreditassem novamente, que tivessem novamente entusiasmo pelo nosso projeto, que tem de ser mais justo e igualitário."

"Em toda a Europa, nos próximos anos, vão olhar para nós à procura de liderança e outros vão continuar a testar os limites dos nossos princípios democráticos e europeus. Temos de lutar contra a narrativa que vai contra a União Europeia" , continuou a maltesa, afirmando que “quem olhar para nós [Europa] vai encontrar em nós um aliado”.

Durante todo o discurso, Roberta Metsola abordou vários tópicos, entre os quais as alterações climáticas. "Não podemos separar o ambiente da economia", disse, notando que as alterações climáticas não são um problema para ser tratado noutra geração.