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Wilson Jerman começou por servir na Casa Branca em 1957, era então presidente Dwight Eisenhower. Na altura, trabalhava nas limpezas e só quando John F.Kennedy chegou à presidência é que Jerman foi promovido a mordomo. Serviu 11 presidentes norte-americanos e morreu agora, aos 91 anos, vítima do novo coronavírus.

Foi Jacqueline Kennedy quem percebeu os dotes de Wilson Jerman e o promoveu de simples empregado de limpeza da residência oficial do presidente a mordomo. A mulher de Kennedy tinha por Jerman muito apreço e chegava a confiar-lhe os filhos.

Mas a história de Wilson Jerman é a do verdadeiro sonho americano. Nasceu numa família de gente do campo, quando era criança não tinha sapatos e andava nove quilómetros para chegar à escola. Aos 12 anos, abandonou os estudos para começar a trabalhar numa quinta.

Aso 26 anos, mudou-se para Washington, onde, mais tarde, veio a integrar a equipa da Casa Branca. Era um homem orgulhoso do seu trabalho.

Segundo o testemunho da neta, citado pelo jornal “New York Times”, Wilson Jerman “nunca julgava e nunca se queixava, porque tinha passado por muito” na vida e era capaz de fazer qualquer coisa: “Ele era um mecânico. Arranjava um telhado, se fosse preciso. Ele era a pessoa que qualquer um pode precisar.”

Morreu, no sábado, aos 91 anos, no Sentara Northern Virginia Medical Center, em Woodbridge.

Numa reação, um dos casais que serviu na Casa Branca, George W. e Laura Bush, afirmaram que “o Senhor Jerman era um homem adorável. Era a primeira pessoa que encontrávamos na Casa Branca quando saiamos de manhã e a primeira que víamos quando regressávamos à noite”.

A ligação que tinha aos presidentes espelha-se noutro episódio. Quando a sua mulher adoeceu, em 1966, e estava a morrer devido à doença de lupos, o Presidente Lyndon B. Jonhson enviou o médico presidencial para a tratar e mandou entregar em casa dos Jerman lagosta e “filet mignon" confecionado na Casa Branca.

Também os Obama prestaram já a sua homenagem a este mordomo da Casa Branca. Em declarações à NBC News, Michelle Obama considera-se “feliz por o ter conhecido” e destaca a sua “gentileza e carinho”.

Wilson Jerman “ajudou a tornar a Casa Branca, um lar para as famílias presidenciais”, incluindo a dos Obama. A antiga primeira dama norte-americana sublinha a dedicação de Jerman “e a vontade de se superar e ir mais além pelo país que ele amava”.

Curiosamente, Jerman que serviu 11 presidentes, tinha um pai com um nome presidencial, Theodore Roosevelt Jerman. O trabalho deste mordomo foi apreciado por democratas e republicanos e Jimmy Carter chegou a desafia-lo para ir trabalhar para si, depois de deixar a Casa Branca.