O secretário brasileiro da Cultura do Governo de Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, foi demitido esta sexta-feira, depois de ter recorrido, num discurso, a uma frase aparentemente inspirada num discurso de Goebbels, o responsável pela propaganda da Alemanha nazi.

A sua demissão já foi confirmada pelo próprio Jair Bolsonaro, num tweet em que escreve: "Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência".

"Reitero o nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, como o nazismo e o comunismo, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas. Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos muitos valores em comum".

Num discurso em que traçou as orientações do Governo brasileiro para a Cultura ao longo da próxima década, Alvim disse que "a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada".

Nas redes sociais e na imprensa brasileira, rapidamente, foi destacada a coincidência entre essa frase e outra, atribuída a Goebbels: "A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada."

O secretário da Cultura tentou desdramatizar, dizendo que tudo não passava de uma coincidência semântica e sublinhando que o conteúdo da frase era exatamente o que ele queria transmitir.

Face à reação de muitas figuras políticas, do mundo da cultura e não só, no Brasil, o Governo optou por demitir Roberto Alvim, sendo o próprio Presidente Bolsonaro a tomar a iniciativa de comunicar essa decisão.

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