Dezasseis pessoas, incluindo quatro militares americanos, foram mortas esta quarta-feira num ataque suicida perto de Manbij, na Síria. Outros três militares americanos ficaram feridos.

O ataque já foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico. Segundo a Casa Branca, Donald Trump já foi informado sobre este ataque, mas ainda não reagiu oficialmente.

As Forças Armadas americanas encontram-se no nordeste da Síria para apoiar as Forças Democratas da Síria (FDS), uma coligação de milícias liderada pelos curdos e que inclui também cristãos e árabes. São as FDS que estão a levar a cabo o combate contra o que resta do presento califado islâmico na Síria. O grupo extremista, que chegou a ocupar um terço do Iraque e da Síria, está agora remetido a uma pequena bolsa de território perto do Rio Eufrates.

A notícia do ataque surge um mês depois de Donald Trump ter anunciado que o autoproclamado Estado Islâmico já foi derrotado e que, por isso, todas as forças militares dos EUA na Síria vão ser retiradas do país em breve. Esse anúncio chegou sem uma data fixada para a retirada, sob fortes críticas do Pentágono e dos aliados dos norte-americanos.

Países como a França e o Reino Unido, e o próprio Departamento de Defesa dos EUA, alertaram na altura que retirar os soldados abruptamente vai dificultar os combates contra o grupo extremista e deixar os curdos expostos à incursão da Turquia no território. Ancara considera que as milícias curdas na Síria não são mais do que uma extensão de grupos terroristas curdos que levam a cabo, há décadas, uma insurreição armada contra o Estado turco.

Nas últimas semanas, tem-se assistido a um jogo de poder no nordeste do país, com os vários intervenientes a posicionarem-se para aproveitar a eventual saída dos americanos, mas neste momento o cenário mais provável parece ser a entrada do Exército sírio, apoiado pela Rússia, para preencher o vazio deixado por Washington. A concretizar-se este plano, que é visto com bons olhos pelos curdos, a Turquia não avançará.