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Os curdos do nordeste da Síria pedem que França reforce a sua presença naquela região, preenchendo o vazio que será deixado pela saída de cerca de 2.000 forças americanas, e que os apoie no plano diplomático.

Donald Trump anunciou esta semana que as forças americanas na Síria voltarão a casa, motivando reações de surpresa e indignação tanto dentro como fora dos Estados Unidos.

As Forças Democráticas da Síria são uma coligação de milícias curdas, árabes e cristãs no nordeste da Síria que continuam a travar uma guerra contra o que resta do grupo terrorista Estado Islâmico, próximo do Rio Eufrates.

Mas a Turquia considera que a principal milícia da coligação, a YPG curda, é uma extensão do grupo terrorista PKK, que está em conflito com Ancara, na Turquia, há décadas. Ancara já invadiu uma parte do norte da Síria, ocupando a cidade de Afrin e o Presidente Erdogan ameaça ir mais longe, livrando todo o território de milícias curdas, quando os americanos abandonarem a região.

Numa conferência de imprensa em Paris, depois de se terem encontrado com representantes do Governo, dois dos líderes do Conselho Democrático Sírio reafirmaram publicamente o pedido de ajuda a França, que também tem militares no terreno e já prometeu que não os vai abandonar. Em março deste ano a Turquia já tinha ameaçado diretamente Paris por prestar apoio aos curdos.

“Vamos continuar a nossa missão, mas vai ser difícil confrontar o terrorismo, porque as nossas forças terão de se retirar das linhas da frente de Deir ez-Zor, para assumir posições na fronteira com a Turquia, para contrariar qualquer ataque”, disseram Riad Darar e Ilham Ahmed, do Conselho Democrático Sírio.

“Estamos a pedir apoio diplomático aos franceses para desenvolver o diálogo e assegurar a paz e a estabilidade na região”, acrescentou Ilham Ahmed.

Ahmed acrescenta que o futuro de cerca de dois mil militantes do Estado Islâmico detidos na zona, e que estão sob custódia das SDF, está em perigo, caso a Turquia ataque a região.

Ainda esta semana a União Europeia pediu à Turquia que se abstenha de lançar qualquer ataque em território sírio.

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