Dezenas de milhares de civis estão em fuga das zonas de guerra de Ghouta Oriental e de Afrin, na Síria.

Nos últimos dias, cerca de 48 mil pessoas tiveram que abandonar Afrin, junto à fronteira com a Turquia, segundo dados da ONU revelados esta sexta-feira.

O aumento de intensidade dos combates está a provocar uma onda de deslocados, refere a porta-voz para a Síria do gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

A Turquia lançou uma grande ofensiva para expulsar da cidade as Forças Democráticas da Síria, que são formadas por combatentes curdos, cristãos e árabes.

Em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, entre 12 mil a 16 mil civis abandonaram nos últimos dias as zonas que ainda estão sob controlo dos rebeldes e que estão a ser bombardeadas pelas forças governamentais e pela Rússia, referem as Nações Unidas.

Na quinta-feira, cerca de 20 mil civis fugiram de Ghouta através do corredor de segurança.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização sedeada no Reino Unido, avança que 64 das 76 mortes de civis ocorridas esta sexta-feira em Ghouta Oriental resultaram de bombardeamentos da aviação russa, que apoia Damasco.

A região de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, é atualmente o principal bastião da oposição ao regime do Presidente sírio, Bashar Al-Assad, e nas últimas semanas tem sido visada por uma ofensiva do exército sírio e dos seus aliados, incluindo a aviação russa.

O OSDH garante que os aviões russos utilizaram bombas de fragmentação (“cluster bombs”, uma bomba que se divide em muitas dezenas de projéteis explosivos), um tipo de munição proibida internacionalmente.

Estes projéteis estão carregados com uma substância denominada termite, composta por pó de alumínio e óxido de ferro, que causa queimaduras. A combustão desta substância dura até três minutos depois de ser lançada.

A bomba de fragmentação, com um peso de cerca de 500 quilos, tem um alcance entre 20 e 30 metros, e contém entre 50 e 110 projéteis, com termite no seu interior, indicou o Observatório.

Muitos dos projéteis que se separam do corpo principal da bomba não detonam imediatamente, representando um risco posterior para as populações civis.

Pelo menos 1.346 pessoas morreram na ofensiva contra Ghouta, que começou a 18 de fevereiro, entre eles 270 menores e 173 mulheres.

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