A agência da ONU para as Migrações apelou “aos gigantes das redes sociais” para controlarem as suas plataformas, que estão a ser usadas por contrabandistas para contratarem migrantes para a Líbia, onde depois são aprisionados, torturados e escravizados.

A Organização Internacional das Migrações (OIM) diz que estas redes de contrabando estão a usar o Facebook, para contactar migrantes com falsas promessas, alertou o porta-voz em conferência de imprensa.

Quando os trabalhadores são alvo de tortura, os contrabandistas enviam vídeos às famílias, através de outra rede social, o WhatsApp.

“Chegou a altura das empresas com grandes plataformas nas redes sociais de terem uma maior responsabilidade, pois estão a ter um papel fulcral nas vidas da população mais jovem da África Ocidental”, afirmou Leonard Doyle.

Desde 2014, milhares de migrantes tentaram atravessar o Mediterrâneo e alcançar a Europa, mas muitos morreram no caminho ou ficaram nas mãos dos contrabandistas.

Em Novembro, a CNN e a revista “Newsweek” revelaram que a crise dos migrantes e refugiados está a transformar a Líbia num mercado de escravos, em pleno século XXI. Há pessoas oriundas da África subsaariana a serem leiloados por 400 dólares (cerca de 340 euros), caso não consigam pagar o resgate exigido pelas redes de tráfico.

Estes grupos, em vez de garantirem a entrada dos migrantes em solo europeu, exploram-nos ao limite para fazer mais algum dinheiro.

O último balanço da Organização Internacional para as Migrações (OIM) revela que este ano já chegaram à Europa mais de 164 mil migrantes, por mar, e 3.086 pessoas estão dadas como mortas ou desaparecidas.