A antiga ministra dos Negócios Estrangeiros Delcy Rodriguez foi eleita presidente da nova Assembleia Constituinte da Venezuela.

A tomada de posse da assembleia que vai alertar a Constituição do país decorreu esta sexta-feira, em Caracas.

Os 545 constituintes juraram “em nome do povo defender a pátria da agressão imperialista, contra a agressão da direita fascista, defender com valor, honra e valentia a Venezuela”.

Depois do juramente e de terem sido investidos, os eleitos aplaudiram e gritaram: “Vitória popular”.

No seu discurso, Delcy Rodriguez recordou o antigo Presidente Hugo Chavez, que morreu em 2013, e que também lançou um processo de revisão constitucional.

A presidente da nova assembleia criticou a direita radical venezuelana, que acusa de estar por detrás dos protestos dos últimos meses.

"Esta Constituinte nasceu de um conflito histórico com um grupo neoliberal que tenta derrubar o Governo legítimo de Nicolás Maduro e derrotar o processo revolucionário", acusou.

Delcy Rodriguez avisou a comunidade internacional que "os venezuelanos vão resolver os seus conflitos entre venezuelanos, sem qualquer interferência estrangeira ou mandato imperialista".

A primeira intervenção ficou a cargo de Fernando Soto Rojas, o constituinte mais velho, que deixou duras críticas à oposição: “Eles têm medo da verdade, o julgamento da história e o veredicto do povo”.

A Assembleia Constituinte é o resultado da consulta popular realizada no passado domingo. O referendo foi boicotado pela oposição, que vê a decisão como uma tentativa de Maduro para atacar os poderes do Parlamento.

A Procuradoria-Geral da Venezuela anunciou que solicitou a anulação da instalação da Assembleia Constituinte, cuja legitimidade é contestada.

O Papa Francisco está contra a Assembleia Constituinte e pede que o Governo acabe com o processo de alteração da Constituição, para que a paz e a normalidade possam voltar ao país. A Santa Sé emitiu esta sexta-feira um comunicado em que pede ao Governo o respeito pela Constituição vigente e o regresso à normalidade constitucional.

A União Europeia também tomou posição contra a nova assembleia.

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